Ligado à militância do PT e considerado um petista da “velha guarda”, Miguel Rossetto entra na campanha de Dilma Rousseff com potencial para influenciar na mobilização de rua na reta final até o primeiro turno, em 5 de outubro. A avaliação é de aliados políticos do ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, que pediu exoneração do cargo para reforçar o quadro de coordenação da corrida da candidata à reeleição.

Continua depois da publicidade

– Ele tem potencial para balançar a campanha – aposta o vice-presidente do Banrisul, Guilherme Cassel, que atua com Rossetto desde quando o ex-ministro foi vice-governador do Rio Grande do Sul, na gestão de Olívio Dutra.

Além de Rossetto, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, também passa a integrar a coordenação da campanha a partir de hoje. A dupla assume o desafio em um momento turbulento da corrida eleitoral, sacudido pela ascensão de Marina Silva (PSB) na disputa presidencial e pelas denúncias envolvendo políticos da base aliada no esquema de corrupção na Petrobras.

A capacidade de diálogo de Rossetto com diferentes setores é avaliada pelo partido como um dos méritos do ex-ministro. Com participação no movimento de fundação do PT, já foi deputado federal e atuou na executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Continua depois da publicidade

Carolina Bahia: Governo solicita ao MP documentos sobre denúncias envolvendo Petrobras

Leia todas as notícias de Eleições 2014

O reforço na campanha de Dilma surge no primeiro dia útil após a divulgação de nomes como o do deputado petista Cândido Vaccarezza (SP) e o do tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, no recebimento de propina em negócios da Petrobras. Apesar da coincidência com a data, o PT afirma que a ida de Rossetto e Carvalho para a campanha não tem relação com a delação premiada de ex-diretor da estatal.

– Há quase duas semanas surgiu a ideia de, na reta final, reforçar a coordenação da campanha, e o nome do Miguel (Rossetto) apareceu – diz o deputado federal Pepe Vargas (PT-RS).

A imagem de Rossetto – livre de denúncias de corrupção -, porém, tende a contribuir para blindar Dilma. Nos bastidores, o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário – que, após a campanha, irá reassumir o cargo – ainda deve auxiliar na estratégia do PT de “identificar as contradições de Marina” como uma tentativa de travar o crescimento da candidata.

Continua depois da publicidade

– É um político com capacidade de análise da conjuntura analítica e operacional – aponta o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), compadre de Rossetto.

Também integram a coordenação da campanha de Dilma o presidente nacional do PT, Rui Falcão, Giles Azevedo, que atuou como chefe de gabinete de Dilma, o ex-ministro das Comunicações de Lula Franklin Martins, o marqueteiro João Santana e o deputado Edinho Silva. Em conversas com próprios companheiros de partido, Rossetto teria dito que o papel que irá assumir no dia a dia ainda não está definido.

– Vou trabalhar, viajando por todo o Brasil – disse o ex-ministro em entrevista à jornalista Carolina Bahia nesta tarde.

Continua depois da publicidade