O petista Miguel Rossetto deixou o comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário nesta segunda-feira para integrar a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). O ex-ministro participa do bloco de coordenação, mas o partido nega que ele assumirá o comando geral – função dividida entre o presidente do PT, Rui Falcão, e Giles Azevedo, que atuou como chefe de gabinete de Dilma.
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Também fazem parte da coordenação o ex-ministro das Comunicações de Lula Franklin Martins, o marqueteiro João Santana, o deputado Edinho Silva e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que entrou em férias nesta segunda-feira para assumir a posição.
Desde a última semana, a informação de que Rossetto deixaria o ministério para integrar a campanha de Dilma já circulava em Brasília. Ele teria tido uma conversa com a presidente no domingo da semana anterior e, na segunda-feira passada, teria ocorrido a definição.
O reforço acontece em um período turbulento na campanha de Dilma, no primeiro dia útil após a divulgação de 12 nomes que teriam recebido propina em negócios da petrolífera com outras empresas, segundo apontou o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, beneficiado pela delação premiada. Edição desta semana da revista Veja trouxe a lista de envolvidos, e, entre eles, aparece o deputado petista Cândido Vaccarezza (SP) e o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto. A mudança enfraqueceria a ala majoritária do partido, liberada por Falcão e com a participação de Vaccari, segundo o jornal O Globo.
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Dois desafios dividem as estratégias da campanha de Dilma à reeleição: a ascensão de Marina Silva (PSB) nas pesquisas eleitorais e as denúncias envolvendo políticos da base aliada. Ligado a setores mais de esquerda no partido, Rossetto é velho conhecido da candidata. Trabalhou com Dilma quando foi vice-governador do Rio Grande do Sul e ela, secretária de Minas, Energia e Telecomunicações do Estado.
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O atual secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Laudemir André Muller, assume interinamente a pasta. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também entrou em férias para dedicação exclusiva às eleições. Ele está fora desde a semana passada até o próximo dia 12 para se dedicar à campanha da mulher Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil, que concorre ao governo do Paraná pelo PT.