Primeira mulher a comandar a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a reitora Roselane Neckel ficou apenas em quarto lugar na disputa de sua própria sucessão. Com votações abaixo dos 10% entre os servidores e estudantes da instituição, ela ficou longe da briga que será decidida entre os professores Luís Carlos Cancellier e Édson De Pieri no segundo turno. Logo após a oficialização de derrota, ela avaliou a disputa.
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Cancellier e De Pieri vão ao segundo turno da eleição para reitoria da UFSC
Como a senhora avalia o resultado?
Roselane Neckel – Não conseguimos fazer uma campanha que mostrasse às pessoas tudo que fizemos na UFSC. Colocamos em primeiro lugar a universidade, fazendo sua gestão, porque a UFSC não podia parar, e acabamos não fazendo uma campanha forte no sentido de ter uma amplitude como da outra vez. Basta olhar em volta, a UFSC de hoje não é a UFSC de ontem. Deixamos a nossa marca.
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Sua candidatura se mostrou mais competitiva entre os professores e teve maiores dificuldades entre servidores e alunos. O que faltou?
Roselane – Em relação aos estudantes, tivemos um dia bastante atípico, com muita chuva. Acredito que faltou o corpo a corpo, conversar com as pessoas. A greve dos servidores até o dia 15 de outubro fez com que realmente não fizéssemos este trabalho na campanha e isso refletiu nesse resultado. Acredito que quando há o corpo a corpo, o olhos nos olhos, a gente consegue ampliar essa visibilidade. Tivemos uma boa participação nos debates e mais uma vez qualificamos o processo eleitoral na UFSC.
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A divisão do campo da esquerda entre a sua candidatura e a de Irineu de Souza atrapalhou?
Roselane – Acredito que isso definiu não só na esquerda, mas também nos grupos considerados mais conservadores dentro da universidade e que também se dividiram. Com certeza hoje isso ficou muito claro e vai ficar ainda mais claro no segundo turno.
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Já há uma definição sobre apoio no segundo turno?
Roselane – Ainda estamos avaliando, mas temos uma única certeza. Não iremos apoiar a chapa do professor Cancellier. Essa certeza eu tenho 100% porque tive três anos de oposição deste grupo. Uma coisa que me faz colocar a cabeça no travesseiro de forma muito tranquila é que eu tenho coerência. Com certeza, essas pessoas não merecem meu respeito e minha votação.
Sua gestão foi incompreendida à esquerda e à direita?
Roselane – Não acredito nisso. O que faltou foi uma campanha forte, de diálogo, de corpo a corpo, que o fato de estarmos na reitoria prejudicou.