Com um dos mais longos votos na análise dos embargos infringentes, o ministro Marco Aurélio Mello empatou o julgamento em 5 a 5 e deixou para o decano Celso de Mello a tarefa de dar o voto decisivo, na próxima quarta-feira. Embora Mello tenha informado que está com o voto pronto, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, encerrou a sessão com a explicação de que três ministros precisam participar de sessão no Tribunal Superior Eleitoral.
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No intervalo, Marco Aurélio já havia adiantado que o voto dele seria o último do dia. Além de longo, com referências literárias e menções a outros julgamentos, o voto foi intercalado por comentários de Gilmar Mendes – também contrário à aceitação dos embargos. Começou pressionando Celso de Mello com a lembrança da repercussão que seu voto terá na sociedade.
O ministro Luís Roberto Barroso, primeiro a votar a favor dos embargos, mostrou-se incomodado e reagiu:
– Sou um juiz constitucional e voto de acordo com minhas convicções, sem me preocupar com o que estará nas manchetes dos jornais.
Como a sessão só será retomada na quarta-feira, Celso de Mello passará os próximos cinco dias sob pressão. No ano passado ele se manifestou a favor dos embargos infringentes numa manifestação contrária à pretensão dos réus de desmembrar o processo para terem o “duplo grau de jurisdição” e não serem julgados sumariamente pelo Supremo, sem direito a recurso. Nessa época Celso de Mello disse que o duplo grau de jurisdição estaria garantido com os embargos infringentes. Nos últimos dias, não deu nenhuma pista de como votará.
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Ao sair da sessão, Celso de Mello deu uma rápida entrevista e disse que já se manifestou duas vezes sobre os embargos infringentes, uma delas no dia 2 de agosto, no julgamento do mensalão. Veja o vídeo abaixo: