Na verdade, a gestão de Wilfredo Brillinger teve o final do seu ciclo, naquilo que poderia dar ao Figueirense, ao final do ano passado, com o rebaixamento à Série B. O que veio neste ano foi apenas a repetição dos mesmos erros. Wilfredo já não tem respaldo nem esportivo, nem financeiro, nem político, nem de torcida. Aliás, a relação com a torcida nunca esteve pior. O Figueirense vive, claramente, um momento de mudança de rumos.
Continua depois da publicidade
Aprovada ou não
Foi a maior confusão no discurso pós-reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Figueirense. Nesta ordem, o presidente do Conselho, Nicolau Haviaras, veio e disse que ainda não havia aprovação. Logo depois, o presidente da Comissão que analisa o processo no Figueirense, João Henrique Blasi, garantiu já haver aprovação da parceria. Os repórteres ficaram sem saber o que informar.
O que transparece é que realmente há divergências sobre o processo e os trâmites do processo. Alguns conselheiros – minoria – querem nova votação, por se tratar de uma nova parceria. Uma parte acredita que está bem encaminhado, mas falta o crivo do Conselho Fiscal. E uma terceira parte ainda avalia que é só acertar o contrato, definir a única pendência – 15 ou 20 anos de parceria – e tocar adiante transformando a parceria em realidade prática.
Continua depois da publicidade
O que dá pra dizer, sem saber muitos detalhes do que é esta parceria é que para um contrato de 20 anos realmente é preciso estar tudo muito claro. E o que não há no momento é clareza. Talvez falte ainda aos ¿investidores¿ uma manifestação clara – que pode vir pela imprensa também – sobre o que são suas intenções e os porquês deste interesse no Figueirense.
Transparência
Sobre este ponto, sempre afirmei que o que faltava à gestão Wilfredo Brillinger era transparência. Para iniciar uma parceria com o Figueirense este quesito deveria ser básico. Tratar de frente com a torcida poderia facilitar as coisas. Ser transparente com o torcedor pode fazer com que esta parceria seja abraçada. Afinal, quem são estes investidores? Quanto será investido? Em longo e curto prazo? Quais as garantias, além das esportivas? Quais as garantias financeiras? Afinal, o negócio pode não dar certo.
E se os investidores quiserem desfazer o negócio em um, dois, ou três anos, como fica o Figueirense? É abandonado ou terá pagamento de multa, com alguma garantia financeira? E se o Figueirense não estiver satisfeito com a parceria em um, dois ou três anos, como faria para romper a parceria? Seria possível? Qual seria o prejuízo?Aliás, se em vez de sanar as dívidas, outras dívidas forem contraídas, de quem será a responsabilidade desta dívida nova?
Continua depois da publicidade
Estou olhando pelo lado ruim, porque quando há um acerto, uma novidade, tudo é muito lindo, cheio de promessas e sonhos. Mas quando dá errado? É como quando um novo técnico chega. Ele geralmente é a solução. Mas passados alguns jogos, tem diretor que não sabe como fazer pra se ver livre dele. É pra se pensar.
Leia mais comentários de Rodrigo Faraco
Figueirense apresenta melhora, mas cede empate para o Juventude no Scarpelli
Torcedores do Figueirense enchem de sal grosso acesso de jogadores ao Orlando Scarpelli