Rodolfo Weiss conta como é um dos bairros mais tradicionais de Itajaí

Rodolfo Weiss não conhece, e nem quer ter outra vida. Mora no São João há 62 anos, desde que nasceu, e fala com orgulho que se trata de um dos bairros mais tradicionais de Itajaí. Próximo do Centro e das principais saídas da cidade, o São João reuniu ao longo das décadas moradores fiéis, para quem não há lugar melhor no mundo.Weiss é o convidado do Sol Diário para a quarta reportagem da série Itajaí Bairro a Bairro.

Embora tenha recebido moradores de fora nos últimos anos, o São João ainda é lar de famílias tradicionais. Weiss faz uma extensa lista de sobrenomes, que inclui Pedroni, Erthal, Vanolli, Cardoso, Krael, Vicente, Rhenius, Gonzaga, Colares e Silva – todos, ainda povoando o bairro.

– O São João é uma grande família, em que um cuida do outro – diz.

É esta característica, que lembra as pequenas cidades do interior, a que mais encanta a Weiss. De fato, o São João é, de acordo com o Atlas Socioambiental de Itajaí, o que reúne alguns dos mais tradicionais clubes da cidade, como a Sociedade Tiradentes – inaugurada em 1920.

O bairro também é palco da mais conhecida festa junina de Itajaí, a festa de São João, ligada à paróquia do bairro. O nome do santo, aliás, só batizou o bairro em 1948, quando, de acordo com levantamento do historiador e secretário de Educação de Itajaí, Edison D´Ávila, o morador Henrique Miguel propôs que, se o bairro levasse o nome de João Batista, compraria a imagem do padroeiro. E assim foi.

Mobilidade

Hoje, o São João é um dos bairros com mais infraestrutura na cidade. Bem servido de comércio, espaços públicos e escolas, Weiss diz apenas que, para melhorar, precisaria de alterações no trânsito, visando a mobilidade urbana.

– É preciso que as ruas tenham sentido único e estacionamentos de um lado só, para facilitar o fluxo.

Durante a enchente de 2008, o São João foi um dos poucos bairros de Itajaí que não foram completamente atingidos pelas águas, o que o tornou um porto seguro. Coisa que Weiss sabe muito bem.

Parque leva o sobrenome da família

A família de Weiss está na quarta geração no São João. Hoje ocupa três casas, uma próxima da outra, como era antigamente. Os Weiss fazem parte da história do bairro, tanto, que ficou eternizada no nome do parque ecológico do São João uma homenagem a um dos filhos de Rodolfo.

Alessandro Weiss, que dá nome ao parque, era piloto da Fórmula Stock Car e morreu em 1996, pouco antes de completar 30 anos, em um acidente na Rodovia Jorge Lacerda.

O espaço que o homenageia tem área verde e parque para as crianças – um dos espaços mais conhecidos do bairro.

Por que meu bairro é o melhor lugar do mundo?

É um bairro bem localizado e bem servido de escolas, mercados. Além disso, é um local onde ainda existe tranquilidade e amizade.

Curiosidade

O São João já foi chamado de Banhado do Jacaré. Isso porque os jacarés que viviam às margens do Itajaí-Mirim costumavam invadir os terrenos vizinhos.

População

Total – 12.207

Homens – 5.794

Mulheres – 6.413