A sequência de operações policiais nas últimas semanas em Joinville já tem como reflexos uma lista extensa de prisões e a presença mais numerosa das tropas militares na cidade, mas ainda não se pode dizer que repercute diretamente nas estatísticas de homicídios.

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Com o assassinato do jovem Lucas Rodrigues Moura, 20 anos, na noite de terça-feira, Joinville já conta 27 ocorrências desde janeiro e soma só um caso a menos do que havia registrado até a segunda semana de março do ano passado, que estabeleceu um novo recorde negativo de assassinatos.

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O último mês de janeiro terminou com 14 mortes, enquanto fevereiro teve outras dez e março já soma mais três homicídios. Uma conta que não alivia o desafio da polícia na tentativa de reduzir os índices de assassinatos. Um mês e meio após ser transferido de Florianópolis para Joinville, o delegado regional Laurito Akira Sato anunciou a ousada intenção de baixar as mortes em até 30%.

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A transformação da Delegacia de Trânsito numa unidade própria para a investigação de homicídios, ainda em fase de transição, foi uma de suas primeiras providências. Akira também destacou uma equipe para investigar exclusivamente a atuação de facções criminosas na cidade, o que indiretamente contribui para a apuração dos assassinatos.

Prisões são aposta

As prisões recentes de nomes como Rodrigo Geraldo Pereira (Killer) e Claudinei Rengel (Samurai), apontados como membros de organizações criminosas, estão entre as apostas da polícia para frear a onda de violência nos próximos meses.

Eles e outros suspeitos estão na mira de investigações dos últimos assassinatos em Joinville. Mas, por enquanto, as lideranças da Polícia Civil evitam dizer especificamente em quais crimes ambos e outros faccionados estariam envolvidos,

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-A prisão do Killer e do Samurai, por exemplo, são importantes, e acreditamos que dentro de alguns meses trarão resultados com redução nas mortes. Eles são líderes criminosos que já tinham mandados de prisão, a maioria por homicídios, mas eles não foram presos só por esses mandados, e sim por novos crimes que eles praticaram – apontou Akira em entrevista à rádio CBN Diário nesta quarta-feira.

Até quarta, a morte de Lucas Moura ainda não havia sido esclarecida. O rapaz, conhecido como Rato, estava de bicicleta e foi baleado quando passava por uma via que liga as ruas Tabatinga e Rocha Pombo, no Iririú. Lucas levou três tiros e morreu antes de ser socorrido. Os tiros teriam partido de dois homens em uma motocicleta.

Secretaria divulga balanço

Um balanço divulgado pela Secretaria do Estado da Segurança Pública na terça-feira aponta a prisão de 170 suspeitos desde que as operações policiais foram colocadas em prática em Joinville, na noite do último dia 19.

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Mas, como a maioria das detenções envolvia flagrantes de menor gravidade, como embriaguez ao volante ou posse de drogas, apenas uma menor parte permanece presa – o número exato não é confirmado pela polícia.

Entre os detidos nas operações estariam 16 pessoas supostamente ligadas a facções criminosas. A maior parte, informa a secretaria, foi identificada como “liderança efetiva e autores de crimes de homicídio”. A atuação de cada um e a participação dos suspeitos nos crimes, no entanto, também não é detalhada.