Os quatro réus do incêndio na Boate Kiss libertados pela Justiça, na noite de quarta-feira, foram escoltados por viaturas da Brigada Militar e da Superintendência Estadual de Serviços Penitenciários (Susepe) após saírem da penitenciária de Santa Maria. Denunciados pelo Ministério Público pela tragédia de Santa Maria, que provocou a morte de 242 pessoas, eles estavam presos há quatro meses.
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A postos desde as 17h de quarta-feira em frente ao presídio, equipes de reportagem acompanhavam a movimentação de entrada e saída de presos, policiais e agentes penitenciários, até que às 21h30min os réus saíram em quatro veículos diferentes. A imprensa, porém, não se aproximou dos veículos porque as viaturas, trafegando em zigue zague e em baixa velocidade, impediram.
Como há apenas uma estrada que liga a cidade de Santa Maria ao presídio, os réus afastaram-se rapidamente sem serem interpelados pela imprensa. Conforme o delegado penitenciário Armando Alves Maciel, da Delegacia Penitenciária Regional de Santa Maria, não foi possível confirmar a procedência dos veículos e, dessa forma, teria sido montada uma operação para a saída dos réus.
– É um procedimento padrão. Eles só tiveram acesso à saída aqui do presídio pela estrada de chão. Houve muita manifestação no Tribunal por causa da decisão. Não tinha como precisar se eram todos os carros da imprensa. Então, por precaução, ficou decidida a escolta. Essa decisão foi tomada em conjunto com o BOE (Batalhão de Operações Especiais), uma estratégia normal de saída, devido ao tamanho da repercussão na cidade – afirma o delegado.
O comandante do BOE de Santa Maria, major Cleberson Braida Bastianello, contudo, tem outra versão. Segundo o major, a escolta, na verdade, se referia a outros presos que estavam sendo movimentados para Charqueadas.
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– A escolta se referia a presos desta semana que estavam sendo levados para Charqueadas. Eles (os réus) saíram à rua autorizados pela Justiça e seguiram o rumo deles. Nós não demos segurança nenhuma para eles, a saída foi normal.
Como não estavam mais sob a tutela do Estado, os réus seguiram seus destinos sozinhos, sem a escolta pública, após se afastarem dos jornalistas.



