O júri popular condenou nesta sexta-feira Everaldo Rosa Nunes, o Lalau, a 76 anos e 7 meses de prisão, Jeferson Nunes, a 64 anos e 5 meses, e Rogério Vas da Silva, a 71anos e 4 meses, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e corrupção de menores. A Justiça considerou os três culpados pela morte de Gelson Aparecido de Souza e os filhos Gean Victor dos Santos de Souza e Victor Henrique Pereira. As vítimas foram executadas a golpes de pé de cabra em um galpão em construção onde o mestre de obras Gelson trabalhava, no Bairro Bela Vista, em Palhoça.

Continua depois da publicidade

De acordo com a investigação da Polícia Civil, o crime ocorreu porque Gelson Aparecido de Souza instalou uma câmera para monitorar a entrada de pessoas no salão de beleza que a mulher dele tinha junto a casa em que moravam no Bairro Bom Viver, em São José. O traficante Everaldo Rosa Nunes, que era vizinho, não teria aprovado e começou um desentendimento. Passados quatro meses, o pedreiro foi brutalmente assassinado em uma obra que trabalhava no Bairro Bela Vista, em Palhoça, em janeiro de 2012. De férias escolares, os dois filhos brincavam nas proximidades e também morreram. O crime teria sido cometido com auxílio de Rogério Vas de Souza, Jeferson Nunes e mais três adolescentes.

Durante o julgamento, que começou na quinta-feira, o promotor Alexandre Carrinho Muniz falou que se houvesse pena de morte no Brasil iria pedir. Ele levou a família das vítimas as lágrimas ao exibir imagens do estado em que os corpos foram encontrados no galpão. Para a acusação, os depoimentos prestados a Polícia Civil e à Justiça e a falta de álibi são suficientes para incriminar os acusados.

A defesa alegou inocência. O advogado José Nilo, que defende Everaldo e Jeferson, argumentou que não há provas técnicas que garantam a presença dos cliente na cena do crime na manhã do dia 9 de janeiro do ano passado.

Continua depois da publicidade

O advogado Celso Lins baseou a defesa de Rogério, que confessou o homicídio e teria indicado os outros participantes, afirmando que ele não tinha motivos para matá-los. Durante o interrogatório, Rogério disse que admitiu o crime sob tortura da Polícia Civil de Palhoça. O advogado lembrou que o cliente era ex-funcionário da vítima e conhecia as crianças.

A família de Gelson e dos meninos acompanhou todo o julgamento. Estiveram presentes os pais, três irmãos, a viúva, além de amigos. Os parentes estavam ansiosos pela condenação dos acusados e aguardavam a sentença da juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, que foi dada às 9h55min.