Jaraguá do Sul passou a contar com reforços na área da saúde. Na manhã desta segunda-feira, três turmas de médicos residentes foram recebidas em instituições da cidade para o começo dos cursos. No total, serão doze novos médicos que buscam uma especialização e acabam propiciando uma troca: para eles, conhecimento; para a cidade, mais médicos. Aprendendo ao mesmo tempo em que curam, os alunos começam agora seu processo de formação.

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O Hospital e Maternidade Jaraguá conta com seis residentes nas áreas de pediatria e ginecologia e obstetrícia – houve uma desistência, e hoje um edital abrirá espaço para uma nova vaga. Já o Hospital São José terá quatro médicos que se especializarão nas áreas de cirurgia geral e clínica geral. E a Prefeitura rá capacitar dois profissionais em medicina da família e comunidade. Cada programa mantém uma grade curricular própria e independente.

Na residência, profissionais formados em medicina aprofundam conhecimentos sobre uma área específica, conciliando a atuação prática com a carga teórica. No Hospital e Maternidade Jaraguá, 70% da carga horária é prática e 30%, teórica. Os próprios médicos da instituição serão os preceptores, repassando aos mais jovens seus conhecimentos. Para os alunos de pediatria, o curso dura dois anos, enquanto residentes em ginecologia e obstetrícia permanecem por três anos na instituição.

Para os alunos, integrar uma turma que inaugura o trabalho de residência tem suas vantagens. Laura Pimentel Gollo, 27, é carioca e mora há dois anos em Joinville. Foi a proximidade o primeiro critério para que Jaraguá fosse escolhida para sua residência, porém a manhã de ontem já mostrou outros aspectos positivos do curso. Laura destaca a organização do hospital. Além disso, sentiu nos médicos da instituição o entusiasmo pelo projeto e a disposição em ajudar e ensinar os residentes.

A turma do Hospital Jaraguá é formada tanto por estudantes catarinenses quanto por médicos vindos de Estados distantes. Geanne Mariano Alves é de Tocantins e morava em Goiânia. Inscreveu-se no curso e, aprovada, teve seu primeiro contato com a cidade na noite de domingo. A distância de sua terra natal ainda gera certa insegurança na jovem clínica-geral, que busca especialização em genecologia e obstetrícia. Porém, ela não descarta a importância de permanecer:

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– É uma grande oportunidade. Inclusive, na residência é comum que, se der certo, o médico permaneça depois na instituição – lembra.

Foi esse o incentivo que trouxe outra das residentes, Eduarda Garcia Elias, para a cidade. A jovem de Joinville foi aprovada em três municípios catarinenses, mas escolheu Jaraguá do Sul.

– Jaraguá é a cidade que mais oferta oportunidades. Além disso, aqui se investe muito na saúde. E já percebemos isso aqui no hospital – salienta.

Oportunidades e benefícios na formação

Na manhã de ontem, a Câmara de Vereadores recebeu uma das médicas que serão capacitadas pela Prefeitura para uma aula inaugural (o outro estudante só irá começar o trabalho em maio). Gabriela Zanghelini, 25 anos, é jaraguaense e volta à terra natal para a residência. Ela irá trabalhar no posto de saúde da Ilha da Figueira e terá acompanhamento dos médicos da Prefeitura em seu percurso de formação, que dura dois anos (90% dele formados por uma carga prática).

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Para o secretário da Saúde, Ademar Possamai, a oferta de residência em Jaraguá do Sul abre oportunidades e gera benefícios. Primeiro, a cidade tem o potencial de se tornar referência em diversas especialidades.

Depois, a qualidade de atendimento tende a melhorar: cada paciente terá seu caso debatido entre preceptor e residente, trazendo uma visão mais abrangente do caso. E os próprios profissionais que já atuam na cidade acabam se atualizando, por meio das trocas com novos alunos.

Por fim, é comum que médicos residentes se fixem nas cidades dos cursos, o que pode resultar em mais profissionais disponíveis na cidade.

– Para nós, é um grande desafio, assumido junto aos hospitais. Temos muita responsabilidade, pois agora também ensinamos. Mas todos assumimos com muita tranquilidade, pois temos comissões formadas que encabeçam os trabalhos.

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A implantação da residência médica foi um dos pré-requisitos para a vinda docurso de medicina para a cidade, já confirmada pelo Ministério da Educação (MEC). Três instituições de ensino se inscreveram para concorrer ao edital que irá permitir a instalação do curso.