O repórter fotográfico do jornal Folha de S.Paulo Joel Silva, 47 anos, foi atingindo de raspão na cabeça por um disparo no Cairo, nesta sexta-feira, segundo informa o site do jornal. Ele fotografava os protestos ao redor da cidade convocados como reação à violenta operação militar para desalojar militantes islâmicos de dois acampamentos, o que resultou em mais de 600 mortos e 4 mil feridos.

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Os apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi realizam marchas que partem de diferentes pontos da capital egípcia e, em uma delas, eclodiu um confronto com opostiores de Mursi, quando Silva foi ferido, segundo a Folha de S.Paulo. Ele vestia colete à prova de balas e capacete e passa bem.

Repórter cobria protesto de apoiadores de Mursi

Foto: AFP

Pelo menos 12 pessoas morreram no país nesta sexta-feira nos confrontos entre partidários do presidente islâmico e as forças de segurança, segundo um balanço do ministério da Saúde.

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O governo anunciou quatro mortes em Ismailiah, no Canal de Suez, e oito em Damietta (norte), sem informar se eram manifestantes ou membros das forças de segurança. Mas o balanço pode ser mais elevado.

A “Aliança contra o Golpe de Estado”, uma coalizão que apoia Mursi, afirmou que pelo menos 25 pessoas morreram apenas na praça Ramsés, no centro do Cairo, principal ponto de encontro dos manifestantes islamitas.

Fontes dos serviços de segurança, que pediram anonimato, afirmaram à AFP que cinco pessoas morreram em Ismailiah, e não quatro, todos eles manifestantes partidários de Mursi, vitimados por ações das forças de segurança, autorizadas pela primeira vez a abrir fogo contra os opositores.

Além disso, na periferia do Cairo, um policial morreu no ataque a um posto de controle por homens armados, segundo uma fonte das forças de segurança.

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Tiros esporádicos eram ouvidos em vários bairros da capital.

Confrontos também eram registrados em outras grandes cidades do país, como Alexandria (norte), Beni Sueif e Fayum, ao sul do Cairo, e na cidade turística de Hurghada, às margens do mar Vermelho.

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