A capital egípcia é novamente o cenário de uma guerra entre simpatizantes do presidente deposto Mohamed Mursi e do atual governo. A manhã desta quarta-feira começou com um conflito entre as Forças de Segurança do país e os apoiadores de Mursi que estavam acampados em dois pontos da cidade: na mesquita Rabaah al-Adawiya e na praça Nahda, perto do campus da Universidade do Cairo. De acordo CNN, a confusão teria começado quando a polícia tentou retirar os manifestantes usando armas de fogo e bombas de gás.
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O confronto deixa um número ainda não confirmado de mortos e feridos. As Forças de Segurança afirmam que foram pelo menos 15 óbitos. No entanto, o porta-voz da Irmandade Muçulmana diz que há mais de 200 mortos e cerca de 800 feridos.
Em depoimento à CNN, manifestantes relataram que estavam “rindo” e conversando quando os soldados se aproximaram atirando e lançando bombas de gás de helicópteros. Apesar do clima de guerra, centenas de pessoas seguem nas ruas em meio ao tiroteio.
– Nós vamos ficar aqui para pressionar o governo pela volta do presidente eleito – disse um professor de 68 anos.
Segundo ele, o clima era pacífico até a chegada da polícia, que teria chegado atirando contra os apoiadores de Mursi. Quando questionado sobre como vão enfrentar as forças armadas, o professor foi enfático:
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– Lutar com o quê? Eu não tenho armas, ninguém aqui tem – falou mostrando as mãos livres.
Ainda que o número de mortes não esteja confirmado, o Ministério do Interior do país informou que a operação usou apenas gás lacrimogêneo e desconhece a causa das mortes.
Além dos óbitos, pelo menos 35 pessoas foram presas.