Reportagem confere quais as obras que ainda precisam ser feitas no Mercado Público de Florianópolis

O prazo para readequar a segurança do Mercado Público de Florianópolis terminava na sexta-feira, mas foi estendido. Ainda assim, falta pouco para a vistoria do Corpo de Bombeiros, que ocorre na segunda-feira. A reportagem foi ao local para mostrar o que a prefeitura está fazendo para evitar a interdição.

O movimento era intenso no Mercado Público de Florianópolis na sexta-feira. Além dos clientes habituais, que vão à procura do melhor peixe para o final de semana, pedreiros e eletricistas trabalhavam em ritmo acelerado pelos corredores dos boxes da Ala Sul.

Na próxima segunda-feira ocorre uma vistoria técnica do Corpo de Bombeiros para conferir as adequações às normas de segurança contra incêndio de todo o Mercado. O encarregado de obras da JK Engenharia de Obras LTDA, Walter Corrêa, garante que estará tudo pronto até este domingo. Para isso, funcionários da empresa vão trabalhar dia e noite.

Nesta sexta-feira, prazo estipulado para a conclusão das obras, a reportagem foi conferir em que pé andam as alterações exigidas pelo Corpo de Bombeiros e pela Justiça para que um dos principais cartões postais da cidade continue de portas abertas.

Caso não estivesse tudo pronto, o Mercado poderia ser interditado. Porém, o juiz Hélio do Valle Pereira, da Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, avaliou que questões burocráticas atrapalharam o andamento da obra e estipulou nova data: 23 de junho.

– Seria muito rigoroso interditar o mercado, sendo que a própria prefeitura informou que está na reta final da obra – disse o juiz.

Mudaças discretas, mas importantes

As mudanças podem passar despercebidas para quem visita o Mercado. Discretos canos vermelhos ao longo das paredes indicam um novo sistema de alarme de incêndio. Placas de saída de emergência estão ao longo dos corredores e nas portas. Extintores e luzes de emergência também foram colocados.

Prevenção de incêndio modernizada

Há 15 dias que uma central de gás, construída em uma das torres, garante o fogo nas cozinhas de restaurantes do Mercado Público, em uma rede integrada. Antes, cada box tinha o seu botijão.

Também mudou o sistema de para-raios, que agora tem extensões com cabos de cobre que vão do teto até o chão e contorna todo o Mercado Público.

– Todo o prédio está protegido, em caso de uma descarga elétrica – garante Corrêa.

Fiação renovada e específica

Acima das vigas de sustentação da Ala Sul, onde acontece uma grande reforma, estão as mudanças mais notáveis. O telhado foi todo trocado por telhas impermeabilizantes. A calha também foi substituída por uma mais resistente e que permite a captação da água da chuva para reaproveitamento dos boxes.

A fiação foi substituída e as ligações foram refeitas entre caixa de energia e disjuntor.

– Havia casos em que a caixa de um box não correspondia com a indicação no disjuntor. Você tentava ligar a luz do seu box e acabava ligando a do vizinho. Não sei como eles se organizavam – conta Corrêa.

Entulho para 40 contêineres

De eletrocalhas, erguidas sob uma passarela de ferro no alto dos corredores da Ala Sul, fios coloridos vão levar energia para cada box. Internet, telefone e fax vão por um cano próprio. Bem diferente de antes, quando cada um fazia a sua ligação e puxava o fio de maneira desordenada.

– Quando começamos a reforma, há mais de um ano, tivemos que tirar 40 containers de entulho da parte de cima. Imagina em que situação estava a fiação.

Prejuízos pela segurança

Alguns donos de boxes do Mercado Público tiveram que se acostumar com o entra e sai de pedreiros e eletricistas pela Ala B, mas isto ocasionou perdas em muitos casos. A proprietária do Box 10, o Toca do Urso, Rosana Ferrari, 39 anos, disse que teve que diminuir de 10 para 4 o número de funcionários por conta da queda no movimento.

– As pessoas ficam sabendo da reforma e acham que não estamos abertos. Acabam não vindo. Outra coisa é a questão de espaço, que acabou reduzido por conta do canteiro de obras, do lado das mesas – reclamou ela, que chegou a ter o box inundado por uma ligação errada da calha.

Há ali um volume de água parada e a sujeira está desde que começou a obra, há mais de um ano.

Segundo o encarregado da JK Engenharia de Obras LTDA, Walter Corrêa, foi o único lugar possível para realizar o trabalho.

O que já está concluído

– Central de alarme de incêndio está instalada e funcionando. Pode ser identificada pelos canos vermelhos ao longo da estrutura interna do prédio.

– Iluminação de emergência instalada e aguardando a ligação das novas instalações elétricas. Tanto nos boxes quanto na área comum do Mercado Público. A novidade pode ser identificada pelos canos brancos ao longo da estrutura interna do prédio.

– Placas indicando a saída de emergência e extintores estão por todas as duas alas do Mercado Público.

– Hidrantes estão instalados, com sistema de cisterna próprio, que fornece a pressão ideal para uso a qualquer momento.

– Sistema de gás instalado e funcionando, apenas no aguardo dos botijões específicos (estão em usos botijões provisórios). A central de gás, isolada em um cômodo de concreto – especificação do Corpo de Bombeiros – fica em uma das torres do Mercado Público, com acesso restrito. O novo sistema de gás pode ser percebido pelos visitantes por uma caixa com porta verde, que tem em cada box que possui cozinha.

– Toda a parte elétrica foi substituída, com os fios colocados em eletrocalhas suspensas. As ligações de energia agora estão separadas das ligações de internet e telefone por canos específicos e os cabos têm duplo isolamento.

– Um novo sistema de para-raios foi instalado, com extensões de fios de cobre que vão até o chão e contornam toda a estrutura das duas alas do Mercado Público. Caixas de metal no chão identificam a mudança.

– A Ala Sul do Mercado Público teve todo o telhado substituído por telhas impermeabilizantes. As entradas de luz foram modificadas e as calhas integram um sistema de reaproveitamento da água, integradas com cada box.