Renan Calheiros (PMDB-AL) confirmou o favoritismo. Com 49 dos 81 votos do plenário, foi reconduzido na tarde deste domingo para mais dois anos na presidência do Senado. Candidato independente, o ex-governador de SC Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) recebeu 31 votos e ainda houve um voto nulo.

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Um dos políticos mais influentes do país, Renan confirmou a reeleição graças à suas articulações entre os colegas e ao apoio do Planalto, que vê no alagoano um importante aliado para assegurar a governabilidade de Dilma Rousseff. As suspeitas de que ele estaria envolvido nos desvios da Petrobras, investigados na Operação Lava-Jato, não foram suficientes para impedir a vitória.

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Aos 59 anos, é a terceira vez que Renan presidirá o Senado. Sua primeira passagem pelo posto, entre 2005 e 2007, foi marcada pelo escândalo que custou sua renúncia e quase o cassou. À época, ele foi acusado de ter despesas pagas por lobistas que trabalhavam com construtoras. Os repasses teriam quitado despesas pessoais de Renan, como aluguel e a pensão da filha que tem com a jornalista Mônica Veloso.

Renan renunciou à presidência do Senado em dezembro 2007. Acabou escapando da cassação e amargurou um período de maré baixa. Reeleito para o terceiro mandato consecutivo em 2010, recuperou força aos poucos. Em 2013, quase seis anos após a renúncia, voltou à presidência da Casa, cargo para o qual foi reconduzido na tarde deste domingo.

Para se reeleger, Renan precisou usar sua influência no Senado e no Planalto. Ele foi surpreendido pela candidatura independente do catarinense Luiz Henrique, que recebeu apoio de uma coalizão de legendas, que inclui PSDB, DEM, PP, PDT, PSB, PSOL e PPS.

A vitória de Renan garante ao governo Dilma um aliado eficiente, mas que costuma cobrar caro pelos acordos. Seu controle sobre os demais senadores é considerado vital para garantir um ambiente menos hostil para o Planalto, em especial diante das denúncias da Lava-Jato, da ameaça de nova CPI da Petrobras e da necessidade de aprovar as medidas de ajuste fiscal.

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