O futuro do remo nacional passa pelas águas catarinenses. É o que planejam nomes de peso da seleção brasileira feminina da modalidade, como a atleta Fabiana Beltrame, principal destaque do país, e o técnico Julio Soares.
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A dupla nascida em Florianópolis fechou neste fim de semana, com a equipe nacional, 15 dias de treinamento visando ao Pré-Olímpico em três clubes náuticos locais: Riachuelo, Aldo Luz e Francisco Martinelli, todos nas proximidades da Ponte Colombo Salles.
Confira ensaio fotográfico durante os treinos do remo
Relembre entrevista de Fabiana sobre a situação do esporte
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Mais do que colegas, ambos são amigos e têm planos de consolidar o Estado como um polo do esporte.A principal meta é descentralizar o remo, hoje restrito a clubes de alto rendimento no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.

A Lagoa Rodrigo de Freitas, no RJ, local de preparação das equipes nacionais, está fechada, em obras para os Jogos Olímpicos. Por isso, os catarinenses da seleção feminina escolheram Santa Catarina, de tradição no esporte, como um dos Estados parceiros pensando a longo prazo.O sonho é construir centros de treinamento (CT) nestes locais.
Um deles seria em Floripa, em um ponto a ser escolhido no Rio Vermelho. Tudo ainda no plano das ideias.
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– É um empenho da Confederação Brasileira (CBR) e da seleção para se estruturar. É óbvio que a modalidade olímpica tem que trabalhar em centro de treinamento, e o remo ainda não tem o seu. Acredito que para um futuro em que o remo queira ter seus atletas em melhores colocações em campeonatos do mundo e, principalmente, Jogos Olímpicos, há necessidade de ter a criação de talvez mais de um CT – reforça o técnico Julio Soares.
– A gente namora aquele lugar (Rio Vermelho) há alguns anos e sempre fala que parece muito com lugares em que vai lá fora competir. É bem isolado e tem natureza por todo lado. E aquela água calminha praticamente todos os dias – completa Fabiana Beltrame.
Os clubes náuticos da Capital cederam infraestrutura por duas semanas à equipe com 10 atletas da seleção feminina. A maioria é formada por jovens que tentam tirar da catarinense Fabiana Beltrame, que compete pelo Vasco, os conselhos e a inspiração para chegar ao alto rendimento.
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É difícil apontar outro nome, além dela, que possa garantir um lugar na Olimpíada do Rio de Janeiro – as vagas serão definidas em março do ano que vem. O discurso é: dar tempo e esperar por resultados no futuro.
CONFIRA UM BATE-PAPO COM FABIANA:
O que falta para elevar o remo em Santa Catarina?
De uma forma geral, acho que a infraestrutura ainda deixa a desejar. Os clubes fazem um trabalho bem legal. Desde que eu remava aqui, os clubes já melhoraram muito em ambiente, em tudo. Têm mais barcos, mais máquinas, sala de musculação. Friso o fato de o acesso aqui (nas proximidades da Ponte Colombo Salles) ser muito difícil. Sempre falo que dificilmente deixaria minha filha vir aqui treinar tendo que atravessar três pistas sem sinal, sem uma passarela.
O que pode ser feito no Rio Vermelho pela modalidade?
Na verdade é um sonho mesmo. A gente não tem nada concreto. Surgiu de vários papos, porque vou pro meu último ano de remo. Além de o Julio (Soares) ser meu técnico, conversamos muito. Queremos ver o remo crescer não só em SC, mas no Brasil todo. O esporte está decaindo bastante e, dessas conversas, surgiu a ideia de um centro de treinamento. De repente, não seria só do remo, mas ainda está no campo das ideias. Este treinamento em Florianópolis seria o primeiro passo para as pessoas conhecerem os atletas e, no futuro, conseguir uma coisa mais concreta no esporte.
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Qual a expectativa pelo seu desempenho e o da seleção na Olimpíada?
A gente está aqui para melhorar para os Jogos Olímpicos. Ainda vai ter um Pré-Olímpico em março, no Chile. Não tem ninguém do Brasil classificado ainda. Acho que a gente está iniciando um trabalho, principalmente as meninas. De repente, nesta Olimpíada é muito cedo para falar que possamos conseguir alguma coisa. Eu estou fazendo o possível, porque mudei de categoria de novo. Passei para o skiff simples pesado. Acho que estou melhor, mais experiente. Estou me dedicando bastante para fechar minha carreira com bom resultado.
Do que você precisa para ir aos Jogos no Rio?
Tenho que ficar entre as seis primeiras na América Latina (em março, no Chile). Então, é um resultado bem palpável. Lembrando que antes tem a seletiva nacional, em fevereiro, que leva ao Pré-Olímpico.
