O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra André Vargas (sem partido-PR), apresentou no fim da noite de terça-feira no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, seu voto pela cassação do suspeito. Os deputados Sibá Machado (PT-AC), Zé Geraldo (PT-PA), Izalci (PSDB-DF) e Rosane Ferreira (PV-SP) pediram vista do parecer, o que adia a análise do caso por duas sessões do Plenário da Câmara. Com o pedido, o parecer será votado somente em setembro.

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Na tarde de terça-feira, André Vargas, que se desfiliou do PT, compareceu no Conselho de Ética e disse que só falaria após o depoimento de quatro testemunhas, que não foram ouvidas devido ao fim do prazo das investigações. Como seu pedido foi rejeitado, Vargas retirou-se e anunciou que vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por considerar que houve cerceamento ao seu direito de defesa. Vargas e Delgado trocaram acusações.

O deputado sem partido é suspeito de intermediar com o Ministério da Saúde contratos em favor do laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef, que foi preso em março pela Polícia Federal, na Operação Lava-Jato, por participação em esquema de lavagem de dinheiro.

Vargas usou um avião fretado por Youssef para uma viagem a João Pessoa com a família. O empréstimo da aeronave foi discutido entre os dois por mensagem de texto no início de janeiro. Na ocasião, o parlamentar explicou, por nota, que é amigo de Youssef e negou envolvimento com os negócios do doleiro.

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Conversas obtidas pela Polícia Federal, por meio de grampo e divulgadas pela imprensa, indicam que Vargas teria intercedido em favor de uma das empresas de Youssef, a Labogen, em contratos com o Ministério da Saúde.

*Agência Brasil com informações da Agência Câmara Notícias