Um grupo de refugiados da guerra na Síria que chegou no ano passado ao Uruguai protestou nesta segunda-feira (7) em frente à sede da Presidência, exigindo deixar o país.
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As famílias, todas com crianças pequenas, se posicionaram com suas bagagens na Praça Independência, em frente à sede do Executivo, e dizem que ficarão no local até que possam sair do país. Eles explicaram que querem deixar o Uruguai por considerarem o país caro para viver.
Eles disseram ainda que têm dificuldades para se adaptar e criticaram o programa para refugiados lançado por José Mujica durante seu mandato (2010-2015).
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– Tenho 15 filhos, e só um trabalha. Como podemos viver assim? Não temos o suficiente para comprar alimentos – disse um homem que se identificou à AFP como Maraa el-Chibli, de 55 anos.
– Não deixamos a guerra para morrer aqui de pobreza – exclamou Maher el-Dis, de 36 anos, queixando-se do aumento dos preços dos alimentos da cesta básica.
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Desde que ingressaram no Uruguai em outubro do ano passado, vindas de um campo de refugiados no Líbano, essas famílias sírias que fugiram da guerra em seu país tem recebido um subsídio do governo cujo montante depende do número de integrantes do núcleo familiar.
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Consultado sobre as reclamações dos refugiados, o secretário de Direitos Humanos da Presidência, Javier Miranda, disse à AFP que o dinheiro que entregue pelo Estado “é calculado de modo que permite efetivamente viver”.
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O secretário da Presidência, Juan Andrés Roballo, recebeu os refugiados no edifício-sede do governo na tarde desta segunda-feira, informaram fontes oficiais à AFP. Ainda não se sabe os resultados da reunião.
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O governo de Tabaré Vázquez, que sucedeu Mujica em março deste ano, confirmou sua decisão de receber um novo contingente de refugiados da guerra na Síria antes do final do ano.
Funcionários do governo consultados pela AFP não escondem sua preocupação pelo impacto que o protesto – que ocorre em paralelo à crise dos refugiados sírios na Europa – pode ter na opinião pública local, dividida sobre o apoio ao programa de Mujica.
* AFP