Os temas econômicos dominaram o debate entre os pré-candidatos à presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na manhã desta sexta-feira.

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Em um auditório lotado de empresários ávidos por críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), que não participou do evento por uma questão de agenda, os dois falaram sobre a necessidade de retomar o controle da inflação e voltar a discutir a reforma tributária. O evento ocorreu durante o 13º Fórum de Comandatuba, na Bahia, realizado pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais.

Campos foi o primeiro a falar à plateia e defender a retomada do tripé macroeconômico e assumiu o compromisso de autonomia ao Banco Central.

– Precisamos definir uma política econômica que não seja alterada ao sabor de qualquer vento. Devemos manter o leme firme na direção de onde queremos chegar – afirmou.

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O ex-governador pernambucano também voltou a assumir publicamente o compromisso de não elevar os impostos. Perguntado pela plateia sobre a possibilidade de realizar a reforma tributária já no primeiro ano de governo, defendeu que o processo precisa ser feito de forma fatiada.

– Tentamos fazer uma reforma tributária no curto prazo e não deu certo. O primeiro ponto é assumir o compromisso de que a carga tributária não vai subir no Brasil. Há muitos projetos na prateleira do Congresso Nacional. Precisamos ter vontade política e a consciência de que precisamos fazer isso de forma fatiada – disse.

Mesmo lado da mesa

Na primeira parte do discurso, Aécio surpreendeu ao falar que não via Campos como um adversário. Ele lembrou que ambos foram “colegas” no Congresso Nacional e também na posição de governadores.

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– Não consigo ver o Eduardo como adversário. Somos companheiros do mesmo sonho. Queremos a mesma coisa. A imagem que me vem à cabeça é que estamos sentados do mesmo lado da mesa.

A declaração gerou um visível desconforto na ex-senadora Marina Silva, pré-candidata a vice de Campos, que acompanhava o evento na mesma bancada. Mais tarde, ela declarou:

– Vejo diferenças profundas entre a gente. Eu não vi ele falar claramente que defende um novo modelo de desenvolvimento, nem a manutenção das conquistas sociais, nem que independente dos partidos quer fazer uma governabilidade programática. Não tenho nenhum problema em assumir que se ganharmos vamos falar com o Lula e FHC.

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Fim da reeleição e mandato de cinco anos

Aécio e Campos defenderam o fim da reeleição e o mandato de cinco anos. Para o tucano, apesar de o PSDB ter sido o criador da possibilidade de estender o mandato por mais quatro anos, é hora de rever essa possibilidade. Campos também defendeu a medida.

– Precisamos unificar as eleições e estabelecer mandato de cinco anos. Isso é fundamental para qualificar o debate e deseleitoralizar os mandatos – disse o pernambucano.

* A jornalista Julia Pithan viajou para Comandatuba (BA) a convite do Lide, Grupo de Líderes Empresariais.

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