Escondido em casa e visivelmente nervoso, o jovem de 16 anos apontado como suposto líder de uma gangue que vem aterrorizando adolescentes em Lages, recebeu a reportagem do DC na tarde desta quinta-feira para se defender das acusações. Ele aparece em um vídeo agredindo um garoto que não esboça qualquer reação em plena luz do dia em um dos parques mais movimentados da cidade.
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As imagens, gravadas por amigos do agressor, foram para a internet. O caso repercutiu rapidamente, e agora ele se diz arrependido e com medo.
Áudio: confira a entrevista com o rapaz que lidera a gangue
Na companhia da mãe, que pede absoluto sigilo sobre sua identidade, endereço, profissão e local de trabalho, o adolescente jura que não é bandido e não pertence a nenhuma gangue, mas admite que é amigo de integrantes do grupo, cuja “sede” seria no Bairro Gethal, um dos mais violentos de Lages. Ele tem o corpo franzino de um garoto. Mas o que fez – e ele está ciente disso – foi de covardia e brutalidade.
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– Admito que errei. Nada justifica o que eu fiz. Ele estava sentado e não reagiu. Mas não sou bandido e muito menos líder de gangue. Me julgam sem saber metade do que fizeram para mim.
Ele diz não ter nada contra o garoto do vídeo e contra o filho do casal que o denunciou à polícia e à imprensa – até porque os dois casos adquiriram proporções que ele jamais imaginaria. Mesmo utilizando a internet para fazer comentários irônicos sobre as brigas e suas vítimas, o adolescente diz agora temer pela sua segurança, pois estaria sendo ameaçado inclusive de morte.
– Dizem que vão quebrar meus dedos, os meus dentes e depois vão me dar um tiro na cabeça. É claro que estou com medo. Quem não ficaria?
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Após admitir o erro, agora o adolescente quer paz. Jura que não quer saber encrenca e vai se dedicar aos estudos, pois reprovou três vezes (está na 8a série), quando poderia estar se preparando para entrar na universidade.
A mãe também admite o erro do filho e atribui isso às más companhias. Ela diz que, quando está no trabalho ou em casa, não sabe o que o garoto apronta na rua. E depois de um sermão e uma bronca bem dada, espera que o filho se comporte e pede que deixem a família em paz.
– Fiquei assustada com a repercussão. Meu filho errou, sim, e que isso sirva de lição para ele mudar. Mas não é marginal e não pertence a gangue. Ele estuda e é de bom coração. Só peço que nos deixem em paz.
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Imagens mostram atuação da gangue