Mesmo com a redução dos custos de produção, os consumidores catarinenses não devem sentir o reflexo nos supermercados, pelo menos neste início de ano. De acordo com o vice-presidente da Aurora Alimentos, Neivor Canton, os suínos que estão sendo abatidos no momento ainda foram alimentados com o milho a preço acima de R$ 50.

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Além disso, no ano passado, as indústrias não repassaram os custos para o produto final na tentativa de não diminuir ainda mais o consumo.

– Se nós aumentássemos o preço, sobraria ainda mais carne – avalia.

Graças às exportações, que no ano passado cresceram 32% nos volumes de carne suína e 1,9% na de frango, as agroindústrias conseguiram manter o nível de produção em SC, adotando medidas pontuais como férias coletivas. Das grandes indústrias apenas a Globoaves, de Lindóia do Sul, suspendeu o abate em julho e ainda não retomou.

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A Aurora Alimentos, por exemplo, aumentou o faturamento em 12,8%, atingindo R$ 8,5 bilhões, mas o lucro caiu pela metade, de R$ 246 milhões em 2015, para R$ 109 milhões em 2016.

No mercado externo as perspectivas também são boas. Em janeiro as exportações catarinenses de frango cresceram 21% e, de suínos, 91%. Os dois produtos representaram um terço das exportações catarinense, que foram de US$ 564 milhões em janeiro.

O analista Ari Jarbas Sandi, da Embrapa Suínos e Aves, diz que os problemas de influenza na Ásia e México acabam favorecendo as exportações do Brasil e, principalmente, de Santa Catarina.

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– O Estado ganha pelo quadro sanitário favorável, por ser livre de aftosa sem vacinação – concluiu.

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