Com mais de 75 anos de história, o Mercado Público Francisco Wollinger, de Biguaçu, está totalmente reformado e pronto para ser entregue à população. No entanto, a burocracia impede que o prédio, reinaugurado com solenidade no dia 30 de maio, abra as portas. E fechado, o local atrai apenas moradores de rua. Inclusive o trecho do rio Biguaçu que passa por trás do terreno está tomado pelo lixo.
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A verba para a revitalização foi obtida através de emenda parlamentar no valor de R$ 269 mil. A contrapartida da prefeitura foi de R$ 67,5 mil.
Foram licitados cinco boxes. Mas, no momento, quatro estão concedidos: um de artesanato, dois de produtos da roça e um restaurante. Ainda falta conceder o espaço reservado para a peixaria. Os comerciantes que já adquiram os boxes estão só aguardando o mercado reabrir para começar a trabalhar. Caso da artesã Rominei da Silva, de 49 anos. Ela conta que está sem nenhuma fonte de renda no momento.
— A locação eu ainda não estou pagando, mas o prejuízo que eu tenho é que o meu material continua dentro de casa. É dinheiro que não está tendo giro. Estou esperando, mas sempre tem um problema. O que a prefeitura me diz é que é a questão está com os bombeiros. Queria que me liberassem as chaves para eu deixar o box pronto, mas nem isso — reclama.
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Para os comerciantes dos arredores, o Mercado fechado também é ruim. Dona de uma loja de roupas e bijuterias ao lado do prédio, Miriam Mistura diz que muitos turistas vão até o comércio dela só para perguntar onde fica o prédio histórico.
— Eu comprei esse ponto aqui justamente porque é do lado do Mercado, esperando bastante movimento de clientes. Mas até agora nada — lamenta.
Pelo menos um mês até a abertura
A prefeitura explica que em maio foi inaugurada apenas a restauração da obra. E que agora, após o processo licitatório para os boxes, são necessárias alterações, que ainda precisam passar por aprovação, o que está em análise pelo Corpo de Bombeiros.
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— A gente está estimando, junto aos bombeiros, pelo menos mais 30 dias ainda para reabrirmos à população. É necessário esclarecer que são duas etapas: uma é a restauração da obra e outra é o processo licitatório — ressalta o secretário de Planejamento e Gestão de Biguaçu, Matheus Hoffmann Machado.

Sobre o fato de o prédio reunir moradores de rua e acumular lixo, Machado diz que, quando estava abandonado, já era um local onde pessoas sem teto costumavam dormir. Mas espera que com o espaço funcionando, a situação deva se resolver.