Desde o dia 12 de setembro as 480 crianças da Escola de Educação Básica (EEB) Porto do Rio Tavares, no Sul da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, estão sem aulas de Educação Física. Acontece que a única quadra esportiva da unidade está em péssimas condições e precisou ser interditada pela Defesa Civil.
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O pedido para interdição da quadra saiu da própria direção da escola, que está preocupada com os riscos à segurança e à saúde dos alunos. Além das inúmeras rachaduras e buracos no piso e do estado deplorável das tabelas de basquete e das goleiras, o que mais preocupa é a precariedade do alambrado que cerca o espaço.
Depois de uma forte chuva e vendaval no dia 27 de agosto, o poste de madeira que havia sido instalado para escorar o alambrado cedeu e a estrutura quase veio abaixo. De acordo com a coordenadora pedagógica da escola, Rosane Maria de Godoy, de 49 anos, a situação é desesperadora.
— No horário das aulas de Educação Física, o jeito foi colocar eles para jogar pingue-pongue no espaço do refeitório. Mas aí chega a hora de comer e tem que parar tudo, reorganizar o espaço para a refeição… É enlouquecedor — lamenta Rosane, que trabalha ali há 12 anos.
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Depois de protocolar uma reclamação formal, um representante da Secretaria de Estado da Educação foi até o local fazer um levantamento da situação da quadra. Em nota enviada à Hora de Santa Catarina, a Secretaria de Educação afirma que abriu processo de licitação para a reforma da quadra, mas não especificou prazos. Acrescenta, ainda, que “até a contratação da empresa para a obra, apresentou uma proposta de reparo da estrutura metálica que sustenta o alambrado, o que possibilitará a liberação da quadra”.
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A direção da escola, porém, rejeita enfaticamente a proposta de reparo parcial do alambrado. Na visão da coordenadora pedagógica da unidade, essa solução é apenas paliativa e ainda pode colocar as crianças em risco.
— Eles vieram com essa proposta indecente de soldar o alambrado, mas não queremos solda, queremos a reforma completa da quadra, além da construção de uma cobertura. Também disseram que vai sair uma licitação para a reforma da quadra, mas não somos inocentes e sabemos que isso não vai acontecer esse ano — afirma Rosane.
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De acordo com a nota da secretaria, uma outra reunião está agendada para a próxima semana, “com a equipe gestora da escola e também os presidentes do Conselho Deliberativo (formado por pais, professores e funcionários) e da Associação de Pais e Professores para mais esclarecimentos sobre a manutenção proposta e a licitação em andamento.“
GOTEIRAS E FALTA DE ESTRUTURA
A precariedade da quadra esportiva não é o único problema na EEB Porto do Rio Tavares. Há reclamações de que o espaço do refeitório não foi fechado direito e, por isso, sempre molha quando chove; de que uma sala de aula precisou ser dividida e está sendo usada por duas turmas ao mesmo tempo; sobre a falta de pintura nas paredes; e sobre a falta completa de computadores no laboratório de informática.
— É um descaso completo do governo. Tem algumas escolas que eles investem, outras não. Ficamos muito tempo caladas, mas agora a gente resolveu abrir a boca — comenta a coordenadora pedagógica da unidade.
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Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Educação alega que a escola não passou formalmente as demandas do refeitório, do problema de uma das salas de aula e da pintura do edifício. Com relação ao laboratório de informática, a pasta informa que “investiu R$ 6 milhões na compra de equipamentos de tecnologia e mobiliários” e que a “previsão de entrega é até novembro”.