Florianópolis perdeu quase 300 estabelecimentos voltados à hotelaria e à gastronomia em um intervalo de quatro anos. O levantamento é do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da região (SHRBS) em parceria com a universidade Estácio de Sá. São dados apurados em 2015, que somaram 2.692 pontos de hospedagem e alimentação na Capital, resultando numa queda de 9,2% em relação a 2011.

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Existiam quase 3 mil estabelecimentos naquele ano. A mesma pesquisa, por outro lado, aponta que os últimos meses de janeiro e fevereiro tiveram as melhores taxas de ocupação na rede hoteleira. Mas os números não bastam para se fazer uma leitura de cenário otimista, alerta o presidente do SHRBS, Tarcísio Schmitt.

A observação é de que, mesmo com a presença em maior número dos turistas no início do ano, a arrecadação foi moderada. Empresários do setor hoteleiro nas praias, aponta Schmitt, encontram mais dificuldade para manter as atividades apenas com o movimento da alta temporada.

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—Muitos já fecharam. Daqui em diante, a média até o início de novembro é de 20% de ocupação nas praias. Se chegar a 80% na temporada, não paga a conta — destaca.

A ocupação anual acima dos 60% nos hotéis da região central, considerada positiva, também estaria sob risco. A tese é de que, com outros centros de convenções sendo projetados no Estado — Balneário Camboriú planeja o maior de SC para o ano que vem — parte da ocupação da Capital deve ser perdida.

Ex-presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em SC e hoje conselheiro da entidade, Fábio Queiroz também enxerga o quadro atual com preocupação. O movimento positivo no começo do ano, observa, não trouxe retorno à altura.

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—Realmente foi muita gente, principalmente argentinos, mas o consumo foi econômico. O turista brasileiro também ficou mais econômico devido ao momento. O prato e o vinho mais caro deixaram de sair — avalia.

Aposta nos eventos

A captação de eventos esportivos tem sido uma das apostas do município para minimizar os impactos da sazonalidade, defende a secretária de Turismo da Capital, Zena Becker. Ela cita a recente disputa do Ironman como exemplo. O Norte da Ilha, reforça, se mantém como uma região relativamente ativa mesmo na baixa temporada.

—Para manter uma rede hoteleira numa cidade de estação bem definida, precisamos trabalhar muito ainda. Não só como destino de férias, mas como de negócios — diz.

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