O PT, partido que tem a maior bancada na Câmara dos Deputados – 84 parlamentares, segundo a Secretaria-Geral da Casa -, tentará adiar para a próxima semana a distribuição do comando das comissões permanentes entre as legendas. Segundo o líder do partido, Vicentinho (SP), os deputados ainda precisam “afinar a viola”.

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Pela atual tabela, o PT tem direito a presidir três comissões. Geralmente, nessas disputas, que ocorrem anualmente, as comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Mista de Orçamento (CMO) têm o comando mais disputado pelas maiores bancadas.

Depois de uma reunião de emergência no final da manhã desta terça-feira, Vicentinho disse que outras comissões estão na mira do partido, entre elas a de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), que não costuma estar entre as mais disputadas.

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– Vemos, com um carinho especial, a Comissão de Direitos Humanos. No que depender de nós, o que posso assegurar é que nunca mais a CDH vai passar pelo constrangimento que passou no ano passado – afirmou o deputado.

A comissão foi presidida, desde o início do ano passado, pelo deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) que tem sido alvo de protestos de organizações sociais entidades que atuam na defesa dos direitos de minorias. Feliciano, que foi defensor de um projeto que ficou conhecido como o da cura gay, também foi acusado de postar em redes sociais mensagens homofóbicas e racistas. Em várias sessões, Feliciano enfrentou manifestações de grupos que invadiam a sala da CDHM impedindo que o colegiado desse continuidade à votação e análise de projetos, com gritos de “Fora Feliciano”.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a Anistia Internacional publicaram declarações onde manifestavam preocupação com a permanência do deputado no cargo. Feliciano continua sendo alvo de protestos.Agora, outro notório conservador, o parlamentar Jair Bolsonaro (PP-RJ) está de olho na comissão.

Vicentinho disse que a bancada do PT tem interesse por outras comissões, como a de Constituição e Justiça e a de Seguridade e Saúde.

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– Não tomamos decisão porque estamos procedendo da melhor forma, ouvindo todos os pensamentos e assegurar o melhor debate entre nós – explicou.

Como o PT tem o maior número de parlamentares, será o primeiro partido a escolher a presidência de uma comissão. Em seguida, seguirá uma lista que intercala outras legendas, como a do PMDB (71 deputados), PSDB (49) e PSD (48).

O pedido para que a distribuição das comissões seja adiada será apresentado durante a reunião do Colégio de Líderes, nesta tarde. Ainda não se sabe como os líderes partidários vão se posicionar diante do apelo do PT.

– Não somos apenas nós com problemas para afinar a viola, outros partidos, também – afirmou Vicentinho.

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