A morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB) e a sua substituição pela candidata a vice, Marina Silva (PSB), ainda estão sendo assimilados pelo PSB catarinense. São unânimes as declarações de apoio à ex-senadora, vinculada ao partido em formação Rede Sustentabilidade, mas as principais lideranças do partido no Estado esperam manifestações da candidata em relação aos acordos costurados pelo ex-governador pernambucano no Estado.

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Presidente estadual do PSB e candidato a senador, Paulo Bornhausen teve um breve encontro com Marina na quinta-feira passada, quando o partido oficializou a substituição na chapa presidencial – com a entrada do deputado federal gaúcho Beto Albuquerque na vaga de vice. Da rápida conversa, Bornhausen saiu com a certeza de que terá o engajamento da presidenciável em sua campanha.

– Naquele tumulto do dia da convenção, ela foi muito clara em dizer: “Paulo, estamos juntos em Santa Catarina, quero que você se eleja, vamos ganhar a eleição juntos”. Ela foi muito tranquila. Aliás, minha relação com ela e com a Rede tem sido muito tranquila – diz Bornhausen.

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A maior dificuldade, mesmo entre os pessebistas catarinenses, é saber como fica a aliança estadual com o PSDB, apoiando o senador Paulo Bauer (PSDB) ao governo do Estado. O palanque duplo, já que os tucanos apoiam o presidenciável Aécio Neves (PSDB), foi costurado com a bênção de Campos no final de junho. Marina e a Rede Sustentabilidade eram contrários a coligações com PSDB e PT, como forma de caracterizar a criação de uma terceira via na disputa nacional. Ao ser ungida candidata, Marina declarou que nos Estado com esse modelo de aliança, ela seria representada pelo vice Beto Albuquerque. Pela declaração, Santa Catarina estaria nessa lista.

– Essa é uma decisão que eles ainda não tomaram. Não é a pessoa do Paulo Bauer, é o PSDB. O Beto já vai fazer toda a parte do PSDB e ela ainda está maturando como vai fazer sobre esse assunto. Não foi positivado, mas não foi negativado – disse Bornhausen.

Irmão do candidato a vice-presidente e secretário-geral do PSB catarinense, Gelson Albuquerque também aguarda uma sinalização de Marina sobre o tema.

– Sendo bem sincero, ainda não sabemos. Tem muita gente falando o que a Marina pensa, mas ninguém ouviu a Marina falar sobre isso – afirma Gerson, que é candidato a deputado estadual.

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Na Rede Sustentabilidade, a questão parece fechada e não há espaço para aliança com os tucanos. Uma das porta-vozes da sigla em Santa Catarina, a ambientalista Miriam Prochnow garante que a aliança com o PSB permanece, mas descarta apoio a Bauer. Na tarde de hoje, os redistas devem anunciar adesão à candidatura de Janaína Deitos (PPL) ao governo, mantendo apoio a Bornhausen.

– Paulo Bornhausen não é problema, o PSDB é – resume.

Na semana passada, durante a sabatina online realizada pelo Diário Catarinense, Paulo Bauer respondeu à pergunta de um internauta sobre a possibilidade de contar com o apoio de Marina no Estado.

– Espero ter o apoio de Marina assim como tinha de Eduardo Campos, e, certamente, vou considerar os catarinenses que votarem nela como eleitores identificados com o meu propósito de fazer mudanças no Brasil.