Um protesto contra a poluição da Lagoa da Conceição causou filas e tumulto na principal avenida do bairro, a das Renderias que dá acesso aos praias da Joaquina, Barra da Lagoa e ao Sul da Ilha. Das 10h30 até o meio-dia cerca de 300 moradores permaneceram no local e conseguiram chamar atenção de muita gente.
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De acordo com a diretora da Associação dos Moradores da Lagoa (Amola), Maria Helena Moreira, este não será o único movimento da comunidade neste verão. A ideia é se reunir várias vezes, trancar a avenida por alguns instantes e assim serem ouvidos pelas autoridades.
– A morte da lagoa já foi anunciada e, é claro, não queremos que isso. Como na temporada há mais movimento vamos fazer manifestações até recebermos uma boa resposta da prefeitura, do governo do Estado e dos orgãos ambientais – conta.
Em 2000 estudos de entidades nacionais apontavam uma verdadeira sentença de morte para a Lagoa da Conceição. Segundo o relatório apresentado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), em 2010 a lagoa seria um esgoto a céu aberto se nada fosse feito. Passados 13 anos, a situação continua crítica e pouco foi feito.
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Entenda o caso
Em 2000, o MPF propôs Ação Civil Pública a fim de evitar danos ambientais na região da Lagoa da Conceição causados pela poluição e esgotamento de seus recursos naturais. A ACP foi julgada procedente e diversos itens tiveram que ser cumpridos. Porém, passados mais de seis anos da sentença, a CASAN ainda não apresentou a adequação do sistema das ETE’s da Barra da Lagoa e da Lagoa da Conceição. Todos estes pontos continuam a comprometer de forma negativa a Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição. As ações são assinadas pela procuradora da República Analúcia Hartmann.
Previsão de obras
Em nota a Casan informa que o contrato de financiamento foi assinado em março de 2010. A estatal está em fase de licitação e o investimento será de R$ 22 milhões e 149 mil assegurados para obras de ampliação da rede de coleta de esgotos que ao final vão atender praticamente 90% da região da Lagoa com coleta e tratamento. A licitação para as obras esta prevista para o segundo semestre deste ano.
Problemas apontados pela comunidade
– Construções irregulares
– Falta de ampliação da rede coletora e tratamento de esgoto
– Ligações clandestinas na rede pluvial
– Falta de obras de infraestrutura
– Despejo irregular de esgoto na Lagoa