Pescadores fecharam os dois sentidos da BR-101 próximo à ponte sobre o Rio Itajaí-Açu, em Itajaí, no litoral norte. O trânsito ficou parado nos dois lados da rodovia. Os manifestantes são contra uma série de entraves que o setor enfrenta, em especial a Portaria 445, que definiu uma nova lista de espécies ameaçadas de extinção e incluiu vários peixes de valor comercial.

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Os manifestantes queimaram pneus, o que provocou muita fumaça sobre a rodovia. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que não havia sido avisada com antecedência sobre o movimento e deslocou agentes para acompanhar o ato.

Os pescadores se queixam que a Portaria 445 está trazendo prejuízo ao setor sem resultado efetivo na proteção ambiental. Na prática, as embarcações não podem desembarcar o pescado proibido, mas continuam capturando as espécies em meio a outros alvos de captura. A frota de arrasto, por exemplo, estaria descartando 156 toneladas de pescado ilegal por dia.

Presidente do Sitrapesca, sindicato que representa os pescadores, José Henrique Pereira defende uma demarcação de corredor de proteção como alternativa à proibição.

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— Estão quebrando o setor e não estão protegendo, estão jogando peixe fora — argumenta.

O Sitrapesca e o Sindipi, que representam os armadores, não integram o protesto, que é organizado por trabalhadores. Desentendimentos na organização fizeram com que as duas entidades recuassem, embora apoiem as reivindicações.

Na segunda-feira, representantes sindicais já haviam se reunido com a proposta de fechar o canal de acesso aos portos no Itajaí-Açu, como foi feito em 2015, quando navios ficaram parados por quase dois dias — inclusive um transatlântico, o que rendeu uma série de multas aos envolvidos. Os sindicalistas foram dissuadidos do movimento pela Marinha, que alertou que qualquer tentativa de obstrução de embarcações seria impedida.

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