O temporal que atingiu boa parte de Santa Catarina nesta quarta-feira deixou um rastro de destruição em Itajaí. Casas foram destelhadas, outdoors caíram e árvores inteiras foram arrancadas do chão, o que deixou o trânsito complicado em praticamente toda a cidade. Mais de 100 mil casas e comércios amanheceram sem luz. No bairro Carvalho, três irmãos morreram ao pisarem em uma poça d’água eletrificada por um fio de luz que se soltou.

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Gabriel Lins, 16 anos, e as irmãs Tainara, 10 anos, e Vitória, 3 anos, saíram da casa de madeira onde moravam em companhia da mãe porque tiveram medo que ela desabasse com a ventania. A poça em que foram eletrocutados estava ao lado da casa. Gabriel morreu na hora e as duas irmãs não resistiram ao transporte até o Hospital Pequeno Anjo. A mãe, Tatiane Serpa, foi levada com vida ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, que não informou seu estado de saúde. Ela está grávida.

Prejuízo

Os bairros mais atingidos em Itajaí foram os da zona rural e os mais próximos às praias, como Praia Brava e Cabeçudas. Na região da Avenida Osvaldo Reis, várias revendas de carros foram destruídas pelo vendaval e há casas destelhadas em diversos pontos da cidade. A Defesa Civil trabalha na contenção dos estragos e não calculou quantas residências foram atingidas.

Em Balneário Camboriú, a Passarela da Barra teve vidros quebrados durante o temporal e um dos elevadores parou, mas já está funcionando normalmente. Um dos bairros mais atingidos na cidade foi o Ariribá, onde houve destelhamento de casas.

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A subestação da Celesc em Balneário, que abastece toda a região, teve problemas e a maior parte da cidade ficou sem luz. Até o fim da manhã, o bairro da Barra continuava sem abastecimento.

Nas demais cidades, a principal causa de problemas foi a queda de árvores sobre a fiação. A Celesc reforçou o número de técnicos nas ruas, mas não há prazo para que todos os problemas sejam resolvidos.

Em Camboriú, uma casa precisou ser interditada porque corria risco de desabar. A família foi levada para a casa de parentes — por enquanto é o único registro de desalojados.

Tempestade

Embora a Defesa Civil de Itajaí tenha falado na possibilidade de os estragos terem sido causados por um ciclone que se formou em alto-mar, para a Epagri/Ciram os problemas ocorreram devido a uma tempestade de forte intensidade, associada à passagem de uma frente fria por Santa Catarina.

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Na região de Itajaí, os ventos chegaram a 80 quilômetros por hora. A previsão é que o tempo melhore no decorrer do dia.