Apesar do calor que ainda fazia às 18h, um grupo de aproximadamente 40 pessoas já estava reunido em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen), onde ocorreu o primeiro protesto do ano contra o aumento no valor das passagens de ônibus em Florianópolis. Desde domingo, os usuários do transporte coletivo na Capital que usam o cartão passaram a desembolsar R$ 3,71 pela viagem e, quem paga no dinheiro, R$ 3,90 _ antes as passagens custavam R$ 3,34 e R$ 3,50, respectivamente. No entanto, foi nesta segunda-feira, primeiro dia útil do reajuste, que a população de fato sentiu a mudança, que gerou descontentamento. O reajuste já havia sido protocolado no fim de dezembro.
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Organizado pelo Movimento Passe Livre por meio de um evento no Facebook, o manifesto tinha 677 confirmações de presença. Até as 21h30min desta segunda-feira a Polícia Militar ainda não havia informado qual a estimativa de público. Já a organização não soube precisar quantas pessoas participaram do ato ao término do evento, por volta das 20h e, por telefone, até as 21h30, os organizadores não foram localizados.
Com faixas e munidos de instrumentos musicais, o grupo cantou músicas e gritou palavras de ordem não só em desfavor do aumento da passagem de ônibus, mas também contra a Polícia Militar.
— A gente está se mobilizando desde o ano passado, mas puxamos o ato hoje, junto com o Movimento Passe Livre de Blumenau. Não temos mais nenhuma atividade marcada para a semana. Mas vamos fazer uma reunião aberta para construir coletivamente os próximos atos — explicou Larissa Livramento, do Movimento Passe Livre de Florianópolis.
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Por volta das 19h, após uma hora de concentração, os manifestantes deram início a uma caminhada pela Avenida Paulo Fontes, que teve o trânsito bloqueado nos dois sentidos enquanto os manifestantes caminhavam. Após passar em frente aos camelôs, o grupo seguiu em direção ao interior do Ticen, onde bloquearam o acesso às catracas da plataforma B e promoveram o chamado “catracaço”, que é quando os passageiros podem entrar no terminal sem pagar a passagem.
O ato durou cerca de 15 minutos até se interrompido por agentes da Polícia Militar, que dispersaram os manifestantes fazendo o uso de spray de pimenta e liberando as catracas para uso mediante o pagamento.

— Milito pela questão da reforma urbana, e portanto a mobilidade e o transporte coletivo são fundamentais para garantir o direito á cidade. Por isso, estou na rua com a juventude fazendo esse debate com a população. O transporte coletivo é direito da sociedade e dever do Estado, assim como educação e saúde — afirma o arquiteto urbanista Si Ribeiro, de 59 anos.
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