— O quê? R$ 3,90? — exclamou a diarista Elizabeth de Fátima, 60 anos, ao comprar a passagem diretamente nas catracas do Terminal do Centro (Ticen), em Florianópolis, na manhã desta segunda-feira.
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Ela foi pega de surpresa com o reajuste de R$ 3,50 para R$ 3,90, na passagem embarcada. Quem usa o cartão SIM, o valor passou de R$ 3,34 para R$ 3,71, um aumento de 11% acima da inflação. Os novos valores entraram em vigor neste domingo, mas foi nesta segunda-feira que muitos dos usuários sentiram o peso no bolso.
Elizabeth mora no bairro Serraria, em São José, e trabalha como diarista no Ribeirão da Ilha, em Floripa. Como a oportunidade de trabalho que tem é por conta, ela não recebe o benefício do vale-transporte e ela mesma paga a sua passagem.
— Ganho R$ 100 por dia de trabalho. Pagar quatro passagens, com este valor alto, prejudica muito meu orçamento e de todos que trabalham desta forma — lamenta.
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O fotógrafo e técnico em TI Danilo Barreto, 29 anos, se assustou quando os valores do reajuste foram divulgados e não concorda com o aumento de R$ 0,40 pela passagem embarcada.
— Um aumento maior que a inflação com uma qualidade de serviço que não é dos melhores. Eu estou optando agora pelo Uber. Gasto pouco mais, mas chego mais rápido — observou.

Reajuste na tarifa social
As demais tarifas também sofreram aumento, principalmente a tarifa social paga em dinheiro, que aumentou 24,4%, indo de R$ 2,25 para R$ 2,80. A tarifa social no cartão pulou de R$ 1,96 para R$ 2,18, um aumento de 11,2%.
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O transporte diferenciado também foi reajustado. Desde domingo, andar nos amarelinhos custa R$ 6,50 em linha curta e R$ 8,50 em linhas longas, aumento de R$ 0,50 e R$ 0,75 centavos respectivamente.
Confira aqui os novos valores das passagens em Florianópolis
Decreto foi assinado em dezembro
O decreto com o reajuste foi assinado pelo então prefeito da Capital, Cesar Souza Junior (PSD), e publicado no Diário Oficial dia 29 de dezembro. O reajuste anual está previsto na licitação e no contrato firmado entre o Município e o Consórcio Fênix, empresa responsável pelo serviço.
O Consórcio Fênix informou que o estudo sobre as variáveis do aumento da tarifa levou em conta cinco variações anuais, já previstas no contrato: óleo diesel (4,11%), custo da mão de obra (13,74%), Índice Geral de Preços (6,77%), adequação (2,67%) e gastos com veículos, automotores, reboques, carrocerias e autopeças (7,51%).
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Protesto nesta segunda-feira
Um ato público contra o aumento das passagens está marcado para esta segunda-feira, a partir das 18 horas, em frente ao Ticen, na Avenida Paulo Fontes. No evento organizado pelas redes sociais, mais de 600 pessoas confirmaram presença e outras 750 demonstraram interesse em participar.
Com aumento, Florianópolis tem a segunda tarifa de ônibus mais cara entre as capitais brasileiras