A torcida organizada União Tricolor, do Joinville, achou exagerada a punição de três meses sem poder ir aos estádios uniformizada. Mas, aos olhos do promotor de justiça Eduardo Paladino, esta foi pena mais branda que poderia ser aplicada. Se a advertência não surtir resultados, no futuro outras ações poderão ser tomadas, como a interdição de sedes, a apreensão de materiais, o bloqueio de valores e até mesmo o pedido de extinção.
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– Este é o primeiro passo que estamos dando. O que buscamos com isso é que haja uma reflexão por parte dos maus torcedores, que eles sintam que as instituições estão unidas e vão atuar de forma cada vez mais intensa se este tipo de confronto não cessar – explica Paladino.
As maiores torcidas organizadas do Estado estão sendo observadas desde o Campeonato Catarinense. Devido ao grande número de ocorrências registradas, o Ministério Público, a Federação Catarinense de Futebol e a Polícia Militar, em comum acordo, fizeram valer as condições de um termo de ajustamento de condutas (TAC) assinado em 2008, no qual era previsto esse tipo de punição.
Os últimos episódios de conflitos entre torcidas registrados na Série B pesaram para que a decisão fosse tomada. Um dos exemplos citados pelo promotor foi o de uma briga entre as torcidas organizadas do Joinville e do Figueirense, em 3 de agosto, quando o Alvinegro visitou o Tricolor.
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– Recebemos um relatório muito bem elaborado e contundente da Polícia Militar de Joinville. Neste jogo houve confrontos, o furo do bloqueio do ônibus da torcida do Figueirense, o apedrejamento do ônibus pela torcida do Joinville e membros da União Tricolor pulando a catraca sem pagar ingresso. Tudo está devidamente documentado – informa o promotor.
A punição aplicada à torcida União Tricolor – de três meses – foi menor que a imposta a Mancha Azul, do Avaí, e a Gaviões Alvinegros, do Figueirense, que pegaram um gancho de cinco meses por serem reincidentes.
De acordo com Paladino, os torcedores que comparecerem caracterizados com o uniforme de alguma destas organizadas será impedido de entrar no local pela Polícia Militar.
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Em caso de tumulto, o torcedor poderá ser encaminhado à justiça presente e terá que prestar esclarecimentos à justiça. No entanto, nada impede que os membros da torcida organizada compareçam ao estádio portando materiais – como instrumentos musicais – se eles não estiverem caracterizados.