Começou a funcionar nesta segunda-feira no centro de Biguaçu o projeto do Vizinho Solidário. É a primeira cidade depois de Florianópolis a receber a iniciativa. E a intenção da Polícia Militar é expandir para mais 11 cidades da região metropolitana.
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O Vizinho Solidário é inspirado num projeto surgido na Europa chamado Neighborhood Watch (vigilância de bairro), depois levado aos EUA.Funciona assim: é criado um grupo de WhatsApp, e nele são cadastrados um policial local, um superior e as pessoas envolvidas -mapeadas de forma geográfica. Em caso de algum incidente, o grupo troca informações e coordena o uso de apitos. Também são instaladas placas na comunidade informando que trata-se de um local com o projeto.
Conforme o coronel Araújo Gomes, comandante da 11ª Região, se estabelece uma via de mão dupla: a comunidade gera a informação, a PM orienta e compartilha. É evidente que não substitui o 190.
— Com o crescimento das cidades, sentimos que o cuidado mútuo se perdeu. Hoje, muitas vizinhanças são ajuntamento de estranhos. E a PM tem dificuldade em combater crimes silenciosos, sem testemunhas, como arrombamentos. Agora quando o crime acontece, temos imagens e relatos.
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Nos bairros do capital onde já funciona o projeto,os crimes reduziram. Na Vila Cruz do Rio Tavares, por exemplo, eram em média quatro arrombamentos por semana. Agora são dois por mês.No centro, a rua Bocaiuva registrava em torno de cinco roubos por semana. E já são são quatro semanas sem arrombamentos. No Parque da Luz, graças a um grupo de porteiros, foi zerado o índice de incidentes noturnos.
Na semana passada, reportagem do Hora mostrou que nos primeiros 105 dias do ano em Biguaçu, foram registrados 108 roubos.
O major Igor Gonçalves é responsável pela implantação do projeto na cidade. Ele explica que lá já existe a cultura de delegados de bairro, então a população já tem a cultura de vizinhança mais forte.
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— Cadastramos 56 participantes, cobrindo 23 ruas do centro de Biguaçu. Agora nós queremos expandir para outras áreas da cidade — projeta.
O presidente da associação dos moradores do Centro de Biguaçu, Hermes de Azevedo, comemorou a implantação do projeto.
— Não é uma ação que vai acabar com os problemas de assaltos e roubos, mas ajuda. Se todo mundo colaborar, dá pra acontecer. A gente vestiu acamisa do projeto — afirma.
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As cidades onde a PM ainda quer implantar o projeto são Águas Mornas, Angelina, Anitápolis,Antônio Carlos, Governador Celso Ramos, Palhoça, Rancho Queimado,Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São José e São Pedro de Alcântara.