O pequeno Edu Xavier Garcia Neto, de cinco anos, sai de sua casa, em São José, empolgado para mais uma caminhada de 15 minutos na esteira na unidade da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Coqueiros, em Florianópolis. O exercício, realizado todas as sextas-feiras, rende vídeos feitos pelas mãe e sorrisos de todos que acompanham o esforço do pequeno. A maior felicidade de Edu é contar aos parentes e amigos que naquele dia ele andou.
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Edu nasceu com mielomeningocele, uma malformação congênita da coluna vertebral, que o impede de movimentar as pernas. Com a ajuda de acadêmicos do curso de Fisioterapia, Edu dá os primeiros passos, ainda que com auxílio, rumo a uma maior qualidade de vida e independência.
O pequeno é um dos sete pacientes atendidos pelo Projeto Sorria, do Laboratório de Biomecânica Aquática do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (Cefid), da Udesc. O projeto, que atende gratuitamente, existe desde 2013, porém neste ano passou a ser um projeto de extensão.
As crianças e adolescentes fazem caminhadas de 15 minutos em uma esteira instrumentalizada com sensores que medem com precisão a força exercida pelo paciente. A esteira é acoplada a um sistema de suporte corporal, que impede quedas e sustenta o peso do paciente. O projeto atende apenas a crianças e adolescentes com lesão no sistema nervoso central e que não conseguem caminhar com independência.
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– Ele chega em casa e quer ligar para todo mundo para contar que ele andou na esteira. Melhora muito a autoestima dele e agora ele não tem mais dores nas costas – conta emocionada a mãe de Edu, Zenita de Carvalho.
Patricia de Souza Crippa, responsável pelo Projeto Sorria, afirma que os exercícios também promovem maior qualidade de vida e autonomia para os pacientes.
– O exercício de marcha não necessariamente vai fazer com que paciente ande sozinho, mas aumenta a força muscular, densidade óssea e coordenação motora. Temos um paciente que já consegue se sentar e outro que caminha de mãos dadas com os pais. O exercício de marcha é o mais completo que tem – avalia a fisioterapeuta.
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Ainda que pareça apenas alusão à felicidade presente no laboratório, o nome Sorria é sigla de Sistema de Suporte Ortopédico para Reeducação e Reabilitação Infantil Avançada. Patricia afirma que ainda há vagas para quem quer participar do projeto. Porém ressalta que se tivessem outra esteira poderiam ampliar o atendimento e para isso contam com doações.

Foto: Diorgenes Pandini
Projeto Sorria
Onde: Udesc – Unidade Coqueiros
Quem: Podem se inscrever crianças e adolescentes com idade entre 2 e 18 anos com lesão no sistema nervoso central.
Quando: As sessões de treinamento são realizadas às sextas-feiras.
Valor: gratuito
Como participar ou ajudar com doações: através do telefone (48) 3321-8647 e falar com Deise ou Geison
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Mais informações: www.cefid.udesc.br/sorria