Um encontro em Medelim, na Colômbia. Outro em Buenos Aires, na Argentina. E agora um em Florianópolis, Santa Catarina. Todos para discutir formas de como ajudar os jovens a fazer a transição escola trabalho sem deixar de estudar, para buscar um futuro melhor. Terminou nesta quarta-feira o terceiro encontro do Programa Fortalezas, iniciativa que apoio projetos de inclusão no mercado de trabalho de jovens que vivem em áreas violentas ou mais carentes das cidades.

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– Quase 50% dos jovens que ajudamos permanecem nos empregos. Mas vimos que, somando os jovens que saem do emprego para estudar e se profissionalizar mais, esse número sobe para 65% – conta Nadir Azibeiro, coordenadora do projeto em Santa Catarina.

Santa Catarina tem menor taxa de jovens que não estudam nem trabalham

A iniciativa tem o apoio da Fundação Jacobs, da Suíça, e da Fundação SES, da Argentina. Ambas apoiam iniciativas nessa área. No Brasil, são duas instituições escolhidas para coordenar o programa, o Instituto Aliança, da Bahia, e o Centro Cultural Escrava Anastácia, daqui de Florianópolis.

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A Camila Mattos, de 20 anos, é um dos 470 jovens atendidos na Capital catarinense. Com a ajuda da instituição filantrópica, ela conseguiu emprego como jovem aprendiz na Renner, aos 18 anos. Ficou cerca de oito meses, começou a fazer um curso técnico na área de recursos humanos e agora trabalha no Centro Cultural, ajudando outros jovens.

– Fui convidada para ajudar a montar o grupo de jovens. A gente faz diálogos de assuntos que estão fortes naquela semana, ou sobre questões de emprego, uma ou duas vezes por semana. E nos organizamos para ir na prefeitura ou na Câmara, mostrar que as pessoas podem participar das decisões – disse Camila.

Foto: Miriam Zomer / Agência AL

O Programa Fortalezas seleciona duas instituições por país em que atua, Brasil, Colômbia e Argentina. No encontro em Florianópolis, estão quatro representantes de cada, dois profissionais e dois jovens, que apresentam iniciativas desde domingo e discutirão até esta quarta-feira as experiências. É o caso da uma colombiana que está visitando a Capital: Johanna Perez, de 23 anos.

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Há oito meses, ela estava desempregada e procurou ajuda em uma iniciativa apoiada pelo programa em seu país, o Microempresas Colombia. O projeto oferece microcréditos para quem quer começar a empreender mas, em paralelo, também fornece cursos e treinamentos de como se portar em entrevistas de emprego, além de consultoria de carreira.

– Consegui um emprego como auxiliar de farmácia. Agora, junto com o trabalho, eu ajudo outros jovens nos treinamentos para encontrar uma vaga – conta Johanna.

Desemprego concentrado nos jovens

Entre as atividades realizadas no congresso, esteve uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado. No local, foi formado um grupo de trabalho que começa a elaborar um política pública para Santa Catarina fortalecer a inclusão de jovens no mercado de trabalho. As discussões foram realizadas na última terça-feira e atacam um problema real.

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A taxa de desemprego entre os jovens é consideravelmente mais elevada que a média da população, mostra levantamento realizado pela secretaria estadual de assistência social. Para o ano de 2013, a taxa média de desemprego entre os catarinenses correspondia a 3,2%, enquanto para os jovens era de 8,4%. Para os mais novos, entre 15 a 19 anos, a taxa é mais elevada, 11%. Já para os que se encontravam na faixa entre 20 a 24 anos, o desemprego atingia 6,5%.

Em números absolutos, o total de jovens desempregados no momento em que a pesquisa foi realizada somava 62 mil pessoas. Isso representa 53% do montante geral de desempregados no estado de Santa Catarina.

Mesmo assim, o trabalho da Assistência Social destaca que, nos últimos três levantamentos realizados pela PNAD/IBGE (2011, 2012 e 2013), a média do desemprego juvenil se manteve nos níveis mais baixos da série histórica (8%, 7% e 8%, respectivamente).

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