No Brasil praticamente um em cada cinco jovens não trabalha e nem estuda. Chamados de geração nem- nem, eles representam 20,3% entre os brasileiros de 15 a 29 anos. Em Santa Catarina, 11,8% dos jovens nessa idade estão nessa situação – o percentual é o mais baixo do país. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo IBGE com informações relativas a 2013.
Continua depois da publicidade
Diferentes entre si, jovens que não trabalham nem estudam desafiam rótulo de “geração nem-nem”
No levantamento de 2012, o Estado já aparecia com o menor percentual, porém apresentava uma taxa maior, de 12,7% – no Brasil era de 19,6%. Eduardo Guerini, professor de gestão de política pública da Universidade do Vale do Itajaí ( Univali), explica que essa estatística é resultado do bom posicionamento do Estado quando o assunto é universalização da escolarização, acesso ao ensino superior e mercado de trabalho.
– O desemprego é muito esporádico e o alto grau de escolarização garante a inserção no mercado de trabalho. Além disso, os polos regionais também auxiliam no processo de escolarização e emprego – afirma Guerini.
Continua depois da publicidade
De acordo com a pesquisa, os nem- nem são proporcionalmente mais numerosos entre as mulheres e as pessoas com ensino fundamental incompleto. Também estão mais concentrados nos domicílios com renda per capita de até meio salário mínimo.
Taxa de fecundidade também é a menor do país
Santa Catarina também aparece com a menor taxa de fecundidade do país. As mulheres catarinenses têm em média 1,58 filho. No Brasil, esse número é de 1,77. No levantamento anterior, Santa Catarina aparecia empatado com o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul com o menor índice, de 1,6. No estudo divulgado ontem, o Estado aparece isoladamente na última posição.
Para Guerini, a baixa fecundidade também está relacionada à maior escolarização e maior acesso ao mercado de trabalho, principalmente das mulheres. Além disso, o Brasil de modo geral, passa por um processo de diminuição desta taxa após o boom demográfico. A taxa de fecundidade para o Brasil passou de 2,39 filhos por mulher, em 2000, para 1,77 em 2013, representando uma queda de 26% neste indicador. Em Santa Catarina, o número caiu de 2,24 para 1,58, ou seja, uma queda de 29%.
Continua depois da publicidade