Após Assembleia Geral na tarde desta terça-feira, no Centrosul de Florianópolis, professores da rede pública estadual votaram por não deflagrar greve imediata. A votação entre os presentes foi acirrada entre os que defendiam greve já a partir desta terça-feira e os que optaram por uma nova assembleia no próximo dia 24, que foram maioria. Os professores seguem em estado de greve .

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Durante votação foi aprovada uma greve de calendário, na qual as aulas são mantidas, mas somente por 30 minutos cada. Nem todos os professores trabalharão neste sistema e podem manter as aulas normalmente.

O principal argumento apontado para não paralisar as atividades imediatamente foi a falta de mobilização dos núcleos regionais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-SC), que não se sentiram aptos a parar as atividades.

Por outro lado, quem defende a paralisação imediata afirma que as negociações com o governo não avançaram desde a última reunião e que muitos professores ACTs não poderão comparecer à assembleia do próximo dia 24, pois, segundo argumentaram professores presentes, uma quarta falta injustificada ao trabalho, necessária para que comparecessem à votação, seria motivo para demissão.

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Ato na Alesc precedeu Assembleia

Professores estaduais se reuniram no hall da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) na manhã desta terça-feira. Eles assistiram, através de um telão, a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que ocorreu em uma sala no mesmo prédio.

A preocupação dos docentes era que a Medida Provisória 198 fosse lida durante a CCJ, o que faria com que passasse a tramitar na Assembleia. Porém, a leitura da MP 198 não estava prevista na pauta e realmente não ocorreu.

Apesar do assunto não ter entrado na pauta da comissão, a deputada Luciane Carminatti (PT), se pronunciou sobre o assunto. Ela pediu aos colegas deputados que a medida seja rejeitada, por entender que vai prejudicar os professores ACTs, e que não pode haver diferenciação. Do lado de fora os professores aplaudiram.

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A MP 198 fixa a remuneração básica do professor admitido em caráter temporário (ACTs) e foi baixada pelo governador Raimundo Colombo (PSD) em fevereiro. Os professores são contrários à medida porque, segundo a categoria, acaba com a gratificação por regência de classe e transforma professores ACTs em horistas. Já a

Secretaria do Estado de Educação (SED) discorda e afirma que a gratificação deve ser incorporada ao salário, e que os professores continuarão recebendo por hora-atividade ao preparar materiais fora da sala de aula.

Na terça-feira passada, professores encabeçados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-SC) organizaram um ato na Alesc e invadiram a sala de Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), impedindo a leitura da MP. No mesmo dia, o governo estadual sinalizou estar disposto a adiar a tramitação em um mês, discutindo a MP com representantes da categoria antes de enviá-la à votação.

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Aulas

A Secretaria do Estado de Educação (SED) afirma que as aulas estão mantidas normalmente. Porém, na manhã desta terça-feira, no Instituto Estadual de Educação (IEE), em Florianópolis, a maioria dos alunos, bem como alguns professores, não compareceu. A diretoria afirma que a escola está funcionando normalmente, mas os alunos teriam sido avisados nesta segunda-feira de que alguns professores não dariam aula.

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