Na avaliação do professor do curso de Medicina da Furb Hamilton Fogaça a situação nos hospitais brasileiros não será normalizada enquanto o Ministério da Saúde não aumentar os repasses. Ele entende que as ações sociais promovidas nas cidades resolvem o problema momentaneamente, mas não solucionam as causas.

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– Enquanto o governo não cumprir suas obrigações constitucionais e aumentar os repasses, não tem saída. Vai ser passado o chapéu toda hora e a comunidade terá que pagar aquilo que o Estado não paga – constata.

Para o professor do curso de Medicina da Univali Leonardo Lopes de Oliveira a saída é tratar o início do problema, ou seja, a atenção básica. De acordo com ele, quanto maior o investimento no setor, menor a necessidade de internação.

– A atenção básica é capaz, se bem estruturada, de resolver mais de 80% dos problemas de saúde da população – argumenta.

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Soluções precisam do envolvimento de todos

A secretária de Saúde de Blumenau, Maria Regina de Souza, garante que a principal deficiência dos hospitais pequenos é a média complexidade, já que o orçamento das instituições depende em grande parte da receita das cirurgias eletivas repassadas pelo SUS. Ela afirma que a atual gestão municipal reajustou de R$ 47,2 mil para R$ 55,5 mil por mês o repasse ao Hospital Misericórdia. Além disso, diz que o município investe R$ 12 milhões ao ano para o custeio e manutenção dos hospitais:

– A obrigação do município é a atenção básica. Não temos mais como aumentar esse recurso (R$ 12 milhões).

Para tentar reverter a situação, o município aponta duas saídas: que o Estado desenvolva uma política para custeio dos hospitais de pequeno porte e filantrópicos e que o Ministério da Saúde reveja os valores repassados para procedimentos de média complexidade. Através da assessoria de comunicação, a Secretaria Estadual de Saúde garantiu que ainda nesta semana repassará de R$ 30 mil ao Hospital Misericórdia. O valor é um incentivo hospitalar que oscila conforme o número de atendimentos feitos pela casa.

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O assessor de comunicação, Eduardo Correia, explicou que o Estado também tem colaborado com equipamentos para o hospital e neste ano já foi entregue um aparelho de anestesia. Neste ano também deve ser assinado um convênio de R$ 600 mil para a próxima etapa das obras de ampliação do hospital. Sobre a participação do Estado na saúde no Vale, garantiu que há ferramentas para incentivar a produção e obras nos hospitais. Basta que atendam pré-requisitos estabelecidos.

– A intenção é tratar a saúde de forma regional, incentivando os hospitais de interior a aumentar sua ocupação, para desafogar os maiores – disse.

A assessoria de comunicação do Ministério da Saúde informou sexta-feira ao Santa que precisa levantar informações sobre os hospitais do Vale antes de se pronunciar sobre o tema.

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