Recuperada e sem marcas no rosto, a professora de Língua Portuguesa Marcia de Lourdes Friggi chegou pouco antes das 14h desta quarta-feira ao Fórum de Indaial para prestar depoimento e esclarecimentos no procedimento judicial que apura a agressão sofrida por ela no dia 21 de agosto, em uma escola municipal. Segura, Marcia afirmou estar confiante na Justiça e também falou sobre a repercussão do caso antes da audiência, fechada para o público devido ao sigilo do caso:
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— Espero que de tudo isso fique o lado bom. Não o raivoso, de oportunismo político, mas a ressonância séria sobre uma reflexão acerca da educação que é preciso ser feita. Por que a gente sabe que eu não fui a única (professora agredida). Inclusive ficamos sabendo de outros casos de professores que aconteceram posteriores ao meu, outros tipos de agressão que aconteceram contra os professores e sabemos que estamos em primeiro lugar no ranking de agressão contra professores no mundo. Nós precisamos tomar uma atitude quanto a isso. É isso que eu espero que fique disso tudo.
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Além da professora Marcia, outras seis testemunhas compareceram ao Fórum – três foram convocadas pela promotoria e três pelo defesa do aluno -, mas apenas quatro foram ouvidas pela juíza da Infância e da Juventude, Horacy Benta de Souza Baby. A diretora, a secretária e uma aluna escola e a irmã do menor de idade.
O aluno também foi levado do Casep – onde está internado desde o dia 29 de agosto – até a audiência no Fórum de Indaial. Segundo o advogado dele, Diego Valgas, o menor permaneceu algemado durante todo o tempo, medida considerada desnecessária pelo defensor. Sobre a decisão final da juíza sobre o processo, Valgas acredita que ocorrerá, no máximo, nos próximos 10 dias. Ao analisar o desfecho do caso, ele compara a realidade do menino a outras experiências jurídicas:
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— Te falo de casos semelhantes a esse. Se fosse um maior de idade que batesse, não resultaria em prisão. Pelo pressuposto da lei, não o que é moral e ético, mas a lei. Ele está (internado) pelo fato da repercussão social, da mídia, e do que aconteceu. Para dar exemplo, para que outros alunos não venham fazer isso. Aliás, essa foi a justificativa da juíza. Penso que a sentença não deve resultar na restrição da liberdade dele — complementa o defensor do garoto.
Abatidos, os familiares do aluno acompanharam a audiência e, segundo Valgas, chegaram a pedir desculpas para a professora Marcia que aceitou.
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Relembre o caso
Uma professora da rede pública de Indaial, no Vale do Itajaí, foi agredida por um aluno dentro da escola . A violência foi relatada pela vítima nas redes sociais e confirmada pela delegacia de Polícia Civil da cidade, que registrou o boletim de ocorrência. O caso ocorreu em uma escola municipal no bairro dos Estados, em Indaial e segundo o relato da professora de Língua Portuguesa Marcia de Lourdes Friggi, 51 anos, compartilhado por ela no Facebook, uma discussão teria iniciado após ela ter pedido que o aluno tirasse um livro do meio das pernas e colocasse em cima da mesa. O jovem de 15 anos teria se negado e xingado a professora, que o encaminhou até a diretoria.
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