
O desafio da inovação nas organizações e o ambiente para os negócios de tecnologia foram os temas do primeiro painel do projeto Gestão de Valor que ocorreu nesta quarta-feira à noite em Florianópolis. Com auditório da Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia (Acate) cheio, painelistas e convidados conheceram em detalhes quatro estratégias bem-sucedidas de gestão na área.
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Alex Tabor, CEO do Peixe Urbano, site de compras coletivas, foi o primeiro painelista a dividir com o público a trajetória do site, que nasceu a partir da ideia de levar o que estava apenas em estabelecimentos fixos, para o meio digital.
— Quando a gente lançou o Peixe Urbano até pensamos num modelo de negócio que gerasse receita porque o investidor não estava garantido. A gente precisava gerar receita e lucro para crescer — contou ao ser questionado sobre onde conseguir recursos.
Betina Zanetti, diretora técnica da Nanovetores, que atua no ramo dos cosméticos, dividiu o que classificou como o primeiro case de sucesso da empresa: a recuperação, em quatro dias, de uma unha comprometida. Segundo Betina, o tratamento normalmente duraria de seis meses a um ano. Recentemente, outro caso que chamou atenção foi o de aliar os produtos produzidos pela empresa com o ramo têxtil, criando malhas com repelente.
— A inovação, nesse momento, ajudou em algo de saúde pública, foi no tempo certo. A tecnologia catarinense consegue se espalhar num âmbito que muitas vezes sofre preconceito, porque o Brasil não é reconhecido como gerador nato de tecnologia — ponderou.
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Os últimos dois painelistas a dividir suas histórias foram Alexandre Zucarato, gerente de inovação da Engie, que atua no ramo de energia, e Aloísio Pereira da Silva, diretor do Senge-SC. Zucarato falou sobre o empreendedorismo corporativo e em como essa bagagem pode se aliar à dinâmica de inovação usada nas startups. Ele citou que atualmente existem três grandes frentes que empurram a transformação no setor: a economia de baixo carbono; a descentralização, que é a geração distribuída; e a digitalização.
— O nosso sentimento é de que os próximos dez anos vão representar no setor de energia, o que os últimos dez anos representaram no setor da telecomunicação. Parece que dez anos não passa muito rápido, mas é só ver o que aconteceu com os smartphones. A gente imagina que algo com a mesma severidade no setor de energia — projetou Zucarato.
Por fim, Silva, da Senge-SC, falou e mostrou exemplos sobre a gestão de infraestrutura urbana, de mobilidade e de saneamento sustentável. O case trazido por ele detalhou o projeto em que a empresa inovaria na instalação de cabos de energia elétrica e também de gás nas cidades, sendo tudo feito no subsolo e sem grandes intervenções.
— O importante nesse conceito é que nós não temos mais rede de eletricidade e rede de gás, nós temos rede de energia. Então, podemos direcionar para transportar os dois, que se conectam e se conversam através daquele sistema — detalhou Silva.
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O Gestão de Valor é um projeto do Diário Catarinense em parceria com a Engie, tem patrocínio do BRDE, do CREA e apoio do Senge. Os próximos painéis serão realizado em Capivari de Baixo e Chapecó.

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