Em coletiva de imprensa neste sábado (madrugada no Brasil), o primeiro-ministro da Malasia, Najib Razak, afirmou que o sumiço do avião da Malaysia Airlines foi uma “ação deliberada”. Ele informou que o sistema de comunicação da aeronove foi desligado.
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Segundo Razak, no último contato da aeronave com o satélite, ela estava em uma de duas localizações possíveis: ou próximo à fronteira do Cazaquistão e Turcomenistão, ao norte da Tailândia, ou no corredor sul que se estende da Indonésia ao sul do Oceano Índico. O primeiro-ministro revelou ainda que as buscas ao avião serão estendidas a estes locais.
Segundo Razak, dezenas de países da região devem se envolver na procura depois que informações do novo satélite se tornaram disponíveis. A aeronave está desaparecida desde a tarde de sexta-feira, no Brasil.
Segundo a agência de notícias Associated Press, o governo da Malásia concluiu que um dos pilotos ou outra pessoa com experiência de voo sequestrou o avião desaparecido da companhia.
A fonte, mantida sob anonimato, afirma que não há motivo estabelecido e não está claro onde o avião teria sido tomado. Ainda antes da entrevista coletiva, a AP informou que segundo o oficial, o sequestro não era mais uma teoria, e sim “conclusivo”.
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Mas o primeiro-ministro salientou que “apesar de a mídia informar que o avião foi sequestrado, ainda se investiga todas as possibilidades sobre o que fez o voo desviar e os investigadores ainda não chegaram a uma definição”.
O sistema de comunicação do Boeing 777-200 com os controladores em terra foi interrompido uma hora após partir de Kuala Lumpur na madrugada de sábado (tarde de sexta-feira passada no Brasil).
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Nesta sexta-feira, o jornal The New York Times afirmou que a aeronave mudou várias vezes de direção e altitude após perder contato com as torres de controle.
Segundo o jornal, que cita fontes ligadas à investigação, o avião que partiu de Kuala Lumpur com destino a Pequim subiu a 13.700 metros de altitude, muito acima do limite permitido para um Boeing 777.
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Sinais de radar registrados pela Marinha da Malásia revelam que após atingir os 13.700 metros, o avião passou a descer de maneira irregular até a altitude de 7 mil metros, quando se encontrava na zona de Penang, uma ilha malaia muito povoada.
Em seguida, o Boeing – que seguia para sudoeste – recuperou altitude e mudou de curso para noroeste, em direção ao Oceano Índico.
Nesta sexta-feira, o Pentágono anunciou que um navio e um avião de vigilância americanos se dirigem para o Mar de Andaman e o Golfo de Bengala, no oceano Índico, possível local de queda do Boeing.
“A pedido da Malásia, o ‘USS Kidd’ está no norte do estreito de Malaca, no que chamamos de zona de busca ocidental”, disse o coronel Steven Warren, porta-voz do Pentágono.
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Um avião de vigilância P-8 Poseidon realizará as buscas numa área muito maior, na zona setentrional da baía de Bengala e no norte do Oceano Índico, explicou o oficial.
Um segundo destróier americano que participa na busca, o “USS Pinckney”, se dirigirá à Cingapura para realizar operações de manutenção.
Segundo investigadores americanos citados pelo Wall Street Journal, o Boeing da Malaysia Airlines pode ter voado durante quatro horas após o último contato com a torre de controle.
A aeronave poderia ter viajado por centenas ou milhares de quilômetros depois do último contato com os controladores aéreos, à 01H30 de sábado (14H30 de Brasília, sexta-feira), uma hora depois de ter decolado de Kuala Lumpur.
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O controle aéreo perdeu o contato com o avião entre a costa oriental da Malásia e o sul do Vietnã.
Os investigadores americanos, que pediram para não ser identificados, baseiam a hipótese nos dados transmitidos automaticamente pelos motores Rolls Royce, que equipavam o Boeing 777.
Assim, apesar da possibilidade de o sistema de rádio ser intencionalmente cortado a bordo, este sistema de transmissão automática poderia permitir revelar o mistério sobre o destino do avião.
“As autoridades americanas de combate ao terrorismo exploram a pista segundo a qual um piloto ou alguém a bordo pode ter desviado (o avião) para um destino secreto, depois de cortar intencionalmente os equipamentos de transmissão (emissor-receptor rádio), afirma o Wall Street Journal, que cita um investigador que trabalha no caso.
O avião poderia assim ter sido desviado ou sequestrado “com a intenção de ser utilizado mais tarde com outros objetivos”, acrescenta o jornal.
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A New Scientist também faz referência ao fato de que a Rolls Royce recebeu automaticamente duas séries de dados do voo MH370 (na decolagem e na fase de elevação) em seu centro de vigilância em tempo real de motores, situado em Derby, na Grã-Bretanha.
As buscas cobrem atualmente 27.000 milhas náuticas (quase 90.000 quilômetros quadrados, o que praticamente equivale à superfície de Portugal). Doze países, incluindo Estados Unidos, China e Japão, participam nas operações, com 42 navios e 39 aviões, além do uso de satélites.
Uma semana após o desaparecimento do voo MH370, o mistério aumenta a cada dia sobre o destino do avião e das 239 pessoas a bordo, de diversas nacionalidades, incluindo 153 chineses.