Operação conjunta neste sábado terminou com a prisão de mais um suspeito de envolvimento no caso de tortura de um morador do bairro Saco Grande, em Florianópolis. Carlos Alexandre Lourenço Machado, 24 anos, foi localizado em uma casa em Biguaçu. No local foi encontrada uma pistola com brasão da Polícia Civil, além de pequena quantidade de maconha. A ação foi coordenada pela Diretoria de Informação e Inteligência (Dini), e contou com policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Decod), da 5ª Delegacia de Polícia; e ainda de policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque.
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Segundo o titular da Decod, delegado Attilio Guaspari Filho, o homem preso está relacionado a crimes como tentativa de homicídio, tráfico e roubos. Ele irá responder ainda por porte de arma de uso restrito.
— Ele é considerado um dos líderes do tráfico (do Saco Grande), sendo um dos principais articuladores da venda de drogas na região. E nesta ação nós também cumprimos o mandado de prisão temporária dele por tentativa de homicídio, já decretado pela Justiça. Há ainda a suspeita de que ele pertença a uma quadrilha que assalta estabelecimentos comerciais, como mercados e hotéis, no Norte da Ilha. É um grupo que pratica grandes roubos, como de hotel, em Florianópolis, de onde foram levados R$ 100 mil — explicou o delegado.
O homem preso foi levado para a Decod, para autuação em flagrante. A polícia segue com investigações sobre o caso.
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Tortura e tráfico no Saco Grande
Três dias depois de um morador de 56 anos ser torturado e expulso do bairro Saco Grande, em Florianópolis, as polícias Militar e Civil fizeram uma operação e prenderam um dos suspeitos. Foram percorridas comunidades conhecidas da região pelo domínio de traficantes: o Morro do Caju e a Pedra de Listras.
O suspeito preso pelo crime é Paulo Antonio Homem Júnior, de 18 anos, que foi reconhecido pela vítima e teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Ele negou o crime e afirmou que não conhecia a vítima. Até o início da tarde deste sábado, dia 2 de abril, a reportagem do Diário Catarinense não havia obtido acesso aos presos e nem aos advogados deles.
Medo entre moradores
O caso de tortura registrado na madrugada de terça-feira, 29 de março, chocou e espalhou medo nas comunidades. A vítima teve os dentes arrancados com alicate, uma orelha cortada e sofreu agressões físicas por todo o corpo. Os criminosos a abandonaram embaixo do viaduto do Cacupé, na SC-401.
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A motivação das agressões ainda é desconhecida, mas a polícia afirma que todos os autores estão envolvidos com o tráfico de drogas.
— Foi um crime bárbaro. Eles abandonaram a vítima em outro local, o que nos leva a crer que acharam que a haviam matado — disse o delegado Attilio.
O Diário Catarinense circulou nas comunidades em que a PM agiu. Moradores relataram à reportagem que líderes do tráfico de drogas estão impondo medo, principalmente a adolescentes. A lei do silêncio impera para que ninguém forneça informações sobre o crime de tortura.
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O morador expulso cuidaria de quitinetes no Caju e teria se recusado a deixar a casa a mando de traficantes. Ainda não se sabe o motivo pelo qual ele foi espancado. Uma das suspeitas é que teria reclamado do barulho feito por jovens ligados ao tráfico, mas a polícia não confirma. A vítima já deixou o hospital.
— Essa operação já faz parte da nossa rotina em áreas críticas, mas vamos intensificar ainda mais. O local é de difícil acesso, os traficantes têm visão quando a viatura se aproxima já na SC-401 e fogem pelo mato — disse o comandante do 4º Batalhão da PM, tenente-coronel Marcelo Pontes, que garantiu que o policiamento será mantido no local.
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