O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, e o diretor de Assuntos Internacionais e de Regulação, Luiz Awazu Pereira, não participam nesta terça-feira à tarde da primeira parte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O comitê, formado pelos diretores e pelo presidente do BC, é responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic. Eles só estarão presentes no segundo dia da reunião, quarta-feira.

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De acordo com a agenda divulgada nesta terça-feira, o diretor e Tombini estarão em deslocamento para Brasília. Segundo a assessoria de imprensa do BC, eles não chegam a tempo de participar da reunião. Os dois participaram segunda-feira, em Sydney, na Austrália, da reunião bimestral de presidentes de bancos centrais do Banco de Compensações Internacionais (BIS).

No final do ano passado, Tombini passou a integrar o conselho de diretores do BIS. Considerado o Banco Central dos bancos centrais, o organismo internacional tem a função de estimular a cooperação entre bancos centrais e outros órgãos que promovem a estabilidade financeira. Além disso, o BIS faz pesquisas e presta vários serviços aos bancos centrais. O BIS foi fundado em 1930 e tem sede em Basileia, na Suíça.

Nesta terça, no primeiro dia da reunião do Copom, os chefes de departamento apresentam uma análise da conjuntura doméstica, com dados sobre a inflação, o nível de atividade econômica, as finanças públicas, a economia internacional, o mercado de câmbio, as reservas internacionais e o mercado monetário.

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No segundo dia da reunião, só há participação dos diretores e do presidente do BC, além do chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas, mas esse sem direito a voto. Após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para definir a Selic, os diretores e o presidente definem a taxa. Assim que a Selic é definida, o resultado é divulgado à imprensa. Na quinta-feira da semana seguinte, o BC divulga a ata da reunião, com as explicações sobre a decisão.

Na opinião de instituições financeiras consultadas pelo BC, a taxa básica deve subir 0,25 ponto percentual. Em janeiro, a Selic foi elevada em 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano. A previsão do mercado financeiro é que a taxa continue a subir e feche 2014 em 11,25% ao ano. Em 2015, a previsão é que haja novos ajustes na Selic, que deve encerrar o período em 12% ao ano.

No ano passado, como medida para tentar conter a inflação, o Copom elevou a Selic em 2,75 pontos percentuais.

A Selic é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato e há incentivo à produção e ao consumo. Entretanto, a medida alivia o controle sobre a inflação.

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O Banco Central tem que encontrar equilíbrio ao tomar essa decisão e assim fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. A meta tem como centro 4,5%, mas há uma margem de dois pontos percentuais. Ou seja, para que o limite não seja ultrapassado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), escolhido para a meta, tem que fechar o ano em, no máximo, 6,5%.