A um dia da segunda reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em 2014, o mercado financeiro manteve a aposta em alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros. Com isso, a Selic chegaria a 10,75% ao ano. A previsão mostrada pelo Boletim Focus, divulgado nesta segunda pelo BC, é que a taxa feche 2014 a 11,25% e termine 2015 em 12% – projeções que se mantêm estáveis há duas semanas.
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A Selic é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato e há incentivo à produção e ao consumo. Entretanto, a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar essa decisão e assim fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. A meta tem como centro 4,5% e esse é o objetivo principal do BC, mas há uma margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ou seja, para que o limite não seja ultrapassado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), escolhido para a meta, tem que fechar o ano em, no máximo, 6,5%.
O mercado, porém, aumentou novamente a expectativa para o IPCA. Agora, a previsão é de que o índice feche 2014 a 6%, apenas meio ponto percentual abaixo do limite. Essa foi a segunda alta seguida na projeção. Na semana passada, a previsão era 5,93%. Para 2015, a estimativa segue em 5,70%, há quatro semanas.
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Estimativa do PIB também sofre queda na avaliação do mercado; dólar deve fechar ano a R$ 2,50
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia, este ano, caiu pela terceira semana seguida. Desta vez, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 1,79% para 1,67%. Para 2015, a projeção para o crescimento do PIB também caiu, pela segunda semana consecutiva, ao ser ajustada de 2,1% para 2%.
A projeção para o crescimento do setor industrial em 2014 caiu de 1,93% para 1,87%. Para 2015, economistas preveem avanço industrial de 3,00%, ante 2,89% da pesquisa anterior. Quatro semanas antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,20% para 2014 e de 2,95% em 2015 para o setor.
Os analistas reduziram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014 de 34,80% para 34,70%. Há quatro semanas, estava em 34,80%. Para 2015, segue em 35,00% há dez semanas.
A estimativa para o saldo negativo em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) foi ajustada de US$ 74,6 bilhões para US$ 75 bilhões, este ano, e de US$ 68 bilhões para US$ 67,8 bilhões, em 2015.
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A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 2,48 para R$ 2,50, ao final de 2014, e segue em R$ 2,55, no próximo ano. A expectativa das instituições financeiras para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) subiu de US$ 58 bilhões para US$ 58,8 bilhões, em 2014. Para o próximo ano, segue em US$ 57,3 bilhões.