Apesar dos rumores de que estaria recuando nas negociações, o presidente da Multinacional TransGás, Adam Victor, garantiu que a empresa continua interessada em investir em Içara, no Sul Estado, em reunião nos Estados Unidos com o vice-governador Eduardo Pinho Moreira.

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Entretanto, Victor destacou que será necessário superar obstáculos como um comprador contratual, licenças ambientais, a logística de transporte e a receptividade de agricultores e outros setores da sociedade do município.

A confirmação aconteceu na tarde de quarta-feira, durante uma reunião entre a empresa e a comitiva catarinense liderada pelo vice-governador, em missão nos EUA. O encontro, que durou mais de quatro horas, teve a finalidade de retomar conversas e apurar as reais intenções da empresa sobre a possível instalação de uma unidade no Sul de Santa Catarina.

Em maio, as tratativas entre as partes previam resolver duas questões. Entre elas, a presença de um comprador contratual da produção. Como a empresa inicialmente contatada recuou, surgiu outra, que estabeleceu a condição de levar a unidade para o Rio Grande do Sul.

Além disso, é preciso escolher um local onde a extração do carvão esteja regularizada e a logística de transporte não atrapalhe o empreendimento.

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– Conversamos muito sobre nosso interesse em receber a TransGás em Santa Catarina. Mesmo ciente das dificuldades, até por tratar-se de um projeto de grande complexidade cujo investimento alcança os R$ 2,7 bilhões, Victor manteve o interesse em nosso Estado e em nosso carvão – apontou o vice-governador.

Ao retornar para Santa Catarina, Moreira declarou que terá uma conversa com o governador Raimundo Colombo e outros membros do Governo para estabelecer um grupo responsável pelo acompanhamento semanal da situação e pelo avanço do processo.

Um órgão que terá participação importante é a SCPar, tanto na condução da parceria público-privada quanto na utilização do Porto de Imbituba, do qual é administradora.

– O Governo do Estado não será o comprador, mas o indutor deste processo. A possibilidade de recebermos este empreendimento ainda é muito grande, por isso, vamos nos empenhar ao máximo – apontou Moreira.

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Licenças ambientais e atmosfera na região

Segundo o presidente da TransGás, Adam Victor, a obtenção das licenças ambientais é um dos principais pontos a ser superados. A mina arrolada no processo precisa ser regularizada para que possa abastecer a produção. Outra questão é a logística de transporte, que, ao passo em que a planta se aproxima do Porto de Imbituba, torna-se cada vez mais viável.

– Os alemães que detêm a tecnologia da produção de fertilizantes através da gaseificação do carvão só irão para Santa Catarina se essas questões estiverem superadas – disse Victor.

O vice-prefeito de Içara, Sandro Serafim Giassi, que participou da reunião em Nova Iorque, não desistiu de lutar para que o empreendimento fique em sua cidade. Volta para Santa Catarina com missão não menos importante, que é de promover a regularização da mina e criar uma atmosfera receptiva dentro de seu município.

– Ainda não perdemos essa batalha e de minha parte farei o que estiver ao meu alcance para que nosso município receba esse vultoso investimento – apontou Giassi.

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Em uma reunião de apresentação na Câmara de Vereadores, no início de setembro, os empresários norte-americanos ficaram receosos diante da manifestação de temor que agricultores e outros setores da sociedade demonstraram em relação à instalação de uma unidade no município.

Indústria apresenta estudo sobre demanda de gás no Sul do Brasil

Nesta sexta-feira, estudo que mostra a demanda de gás natural na região Sul será apresentado na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), às 13h30min, em Florianópolis.

O estudo mensura a quantidade de insumo que os três Estados precisam no curto, médio e longo prazos, além de apontar possíveis alternativas para equacionar a oferta de gás. O documento vai auxiliar na tomada de decisão sobre novos investimentos.

O trabalho é realizado em conjunto com a FIEP, FIERGS e as distribuidoras de gás da região SCGás, Sulgás e Compagas. Em 2015, o Ministério de Minas e Energia fará a revisão do Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (PEMAT, ciclo 2013 – 2022).

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