As ONGs de Florianópolis que atendem cerca de 2,3 mil pessoas e passam por diversos problemas financeiros voltarão a respirar aliviadas. Nesta quinta-feira (01), foi realizado ato solene na Câmara de Vereadores, onde o prefeito Gean Loureiro quitou a dívida com 36 entidades filantrópicas da Capital, num valor total de R$ 1.070.095,39.
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O pagamento foi possível graças a uma iniciativa da Câmara, que devolveu ao Executivo R$ 754 mil, valor que corresponde à economia feita pela Casa no ano passado. No ato desta quinta, também foi celebrado o convênio com as entidades para 2017. No entanto, serão apenas 10 parcelas em vez de 12.
A secretária de Assistência Social, Katherine Schreiner, anunciou também o pagamento da parcela de junho para as entidades de alta complexidade e de maio e junho para as de pequena e média complexidades. Com isso, a dívida de 2016 está quitada. Ela também informou que, a partir de agora, as parcelas devidas serão liberadas regularmente a cada mês.
— A prefeitura vai continuar fazendo seu esforço para que a gente possa honrar esses compromissos. E para manter em dia o pagamento, vamos continuamos economizando.
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“Não é um valor significativo”
Conforme o Fórum de Políticas Públicas de Florianópolis, que congrega as entidades de assistência social, apesar de bem vinda, a ação da Câmara não é suficiente para suprir a demanda. Quase todas as entidades já receberam as últimas parcelas atrasadas. No entanto, algumas ONGs ainda não receberam os recursos do ano passado.
Juliana Pinheiro é coordenadora administrativa da Associação Comunitária Amigos de Jesus (Acaje), que atende 107 crianças em situação de vulnerabilidade no Rio Vermelho. Conforme ela, quase todos os meses os salários dos 15 funcionários são atrasados.
— Não vai ser um valor muito significativo porque hoje, nós da Casa de Acolhimento Semente Vida, temos que fazer parceria com outros município, porque Florianópolis nos passa R$ 900, e o custo de cada criança é de R$ 3.500. Então Paulo Lopes, Garopaba pagam esses valores. Se dependesse só dos valores que a prefeitura nos passa, a gente já teria fechado as portas.
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Conforme o diretor geral da Associação dos Pais e Amigos do Excepcional, André Stramari, a Apae já vinha recebendo regularmente os repasses de educação e assistência social. Mas não há recursos para o transporte. Hoje foi o primeiro dia sem ônibus.