O secretário de Transporte e Mobilidade Urbana de Florianópolis, Marcelo Roberto da Silva, informou nesta segunda-feira que a prefeitura tenta em Brasília a aquisição de veículos através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para resolver um impasse envolvendo a Apae. No dia 1º de junho, a Associação dos Pais e Amigos do Excepcional irá suspender o transporte de 360 alunos devido a dificuldades financeiras. E o problema não deve ser resolvido cedo.

Continua depois da publicidade

— A prefeitura já contribui com a Apae com R$ 2 milhões por ano nas áreas da saúde, educação e assistência social. No momento, em função da nossa situação econômica, não temos condições de se comprometer com mais um convênio — informou Marcelo da Silva.

Segundo o secretário, além da frente na Capital Federal, o Município busca parcerias com empresas privadas. Um exemplo foi uma iniciativa do Beiramar Shopping, que no dia 26 de maio repassou a renda arrecadada pela ação “estacionamento solidário”. No entanto, o valor (R$45.530,70) corresponde apenas a 10% das despesas mensais da entidade.

Diretoria teme falência da entidade

Continua depois da publicidade

O diretor geral da Apae Florianópolis, André Stramari, explica que a associação possui quatro veículos próprios mais um alugado. O sexto era cedido pela Udesc, que solicitou de volta o micro-ônibus. Por isso, hoje cerca de 100 alunos já estão sem transporte.

— O ônibus alugado será devolvido e os outros quatro que pertencem à instituição ficarão parados. Nós já estamos com um déficit de R$ 80 mil por mês e se continuar assim a Apae de Florianópolis, que é a maior do Sul do Brasil, vai falir — alerta.

O custo com o serviço atualmente é de R$ 120 mil por mês, incluindo carros, ônibus, manutenção de pessoal de logística, envolvendo uma equipe de 20 pessoas. São realizados em média 24 viagens por dia, resultando em 18 mil quilômetros por mês.

Continua depois da publicidade

Uma das rendas da entidade vem da “Feira da Esperança”, que vende produtos apreendidos pela Receita Federal. Segundo Stramari, o lucro com o evento chega a R$ 1 milhão. No entanto, como ano passado foi um ano eleitoral, o que impede esse tipo de doação, esse recurso não veio.

Clima é de incerteza

A Apae busca soluções através do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil. Stramari sugeriu ainda que os recursos que a prefeitura transfere para o Consórcio Fênix para o transporte de pessoas com deficiência sejam direcionados para a associação. No entanto, o secretário Marcelo da Silva informou que essa medida não é possível.

Enquanto a situação não se resolve, o clima é de incerteza para pais e alunos da instituição. A empresária Aline Pasquale, de 42 anos, é responsável legal pela prima-irmã Bianca, de 34 anos, que sofre de autismo severo. Ele teme depender do transporte público.

Continua depois da publicidade

— Os ônibus urbanos não tem condições de transportar os alunos da Apae. Quando eles têm acessibilidade é só para um cadeirante. E os alunos também não condições de andarem em ônibus lotado de desconhecidos. Isso é transtorno para eles, para nós cuidadores e para as demais pessoas que estão dentro do ônibus.

A Apae de Florianópolis atende 565 crianças e adolescentes. O orçamento mensal da entidade gira em torno de R$ 500 mil.

COMO DOAR

Site: apaeflorianopolis.org.br/nova-doacao

Conta de luz:

Ligue para 0800 722 2723 e informe que você quer ajudar a Apae Florianópolis