O transporte dos alunos da Apae de Florianópolis será suspenso a partir da próxima quinta-feira devido à falta de recursos. A decisão foi tomada em reunião na noite de sexta-feira entre os profissionais da entidade e os pais dos alunos. Na noite de domingo, a Apae divulgou um vídeo em suas redes sociais pedindo apoio e atenção para a falta de recursos, quando anunciou a parada no serviço.

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Também na noite de domingo, a entidade publicou convite para uma manifestação que acontecerá na escadaria da Catedral de Florianópolis, às 14h desta quarta-feira. Conforme a entidade, nem prefeitura nem governo do Estado estão auxiliando nas despesas com o transporte. Segundo apurou o jornalista Rafael Martini, colunista do Diário Catarinense, a associação acionará o Ministério Público para resolver a situação.

Diariamente, 250 alunos são transportados, sendo 110 pessoas com necessidades especiais. Atualmente, o custo com o serviço é de R$ 120 mil por mês, incluindo carros, ônibus, manutenção de pessoal de logística, envolvendo uma equipe de 20 pessoas. São realizados em média 24 viagens por dia, resultando em 18 mil quilômetros por mês.

Os serviços são mantidos através de convênios com governos e pela renda da Feira da Esperança. Segundo o diretor geral da Apae Florianópolis, André Stramari, o orçamento mensal da entidade gira em torno de R$ 500 mil, mas há déficit de R$ 80 mil por mês, por isso o serviço de transporte para os alunos será interrompido.

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— Chegamos a um grande gargalo, se não fizermos isso, em breve fecharemos as portas. O maior problema é que prestamos um serviço que não seria nossa obrigação, que é o transporte, que seria dever do governo. Com esse corte, mais de 50% de nossos alunos ficarão impossibilitados de comparecer às aulas. Temos ciência do grande impacto negativo para todas as famílias, mas nos encontramos numa situação muito difícil — explicou.

A Apae da Capital atende 565 crianças e adolescentes.