Três grandes nomes da navegação tiveram que desembarcar em Florianópolis de avião porque não temos a estrutura suficiente para barcos estacionarem. A convite do prefeito Cesar Souza Junior e o secretário de Planejamento Urbano, Dalmo Vieira Filho, os apaixonados pelo mar Amyr Klink, Christophe Vieux e Vilfredo Schürmann contestaram essa condição e trouxeram exemplos internacionais da exploração moderna do potencial náutico. A mesa redonda ocorreu no Iate Clube Veleiros da Ilha, das 10h às 17h de ontem.
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Em contrapartida às críticas dos especialistas pela falta de infraestrutura, a prefeitura prometeu trazer um projeto mais amplo em setembro junto com a apresentação do plano diretor e o Projeto Orla. Cesar Souza prometeu investir R$ 1 milhão para uma nova estrutura que possibilite a navegação na Lagoa da Conceição. Este foi o primeiro momento de planejamento para a instalação de três novas marinas na cidade, que seriam na baía sul, baía norte e no Norte da Ilha. Por enquanto, as estruturas estão em processo de estruturação para construção em 2014, sem previsão de tamanho e retorno financeiro mensurado para o Estado.
Amyr Klink, velejador pelo mundo, descreveu a discussão pela melhor exploração náutica como um momento histórico, mas lamentou que nunca conseguiu estacionar suas embarcações por aqui. Trouxe exemplos brasileiros, como a utilização dos rios na Amazônia e a estrutura montada em Parati. Vilfredo Schürmann, que nasceu em Florianópolis, lembrou que o assunto é discutido há 30 anos sem qualquer atitude efetiva e cobrou que saia do papel. Christophe Vieux, diretor francês do maior Salão Náutico da Europa, falou em português e mostrou o exemplo da Cidade do Cabo, na África do Sul, que após a criação de um porto, assumiu 40% do movimento financeiro do continente africano.
– Esperamos algo feito. São 70 mil barcos no Brasil todo, contra 1 milhão na França, que é um país muito menor. Vocês estão perdendo tempo. A base do desenvolvimento está interligada às infraestruturas construídas de acordo com o potencial local – disse.
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