Em uma assembleia conturbada e sob muito protesto dos moradores, a Secretaria Municipal de Educação e o governo do Estado confirmaram nesta quinta à noite em Blumenau o uso da estrutura onde atualmente funciona a Escola Básica Municipal Tiradentes, no Centro, como sede do novo Colégio Militar a partir de 2018. A reunião trouxe alunos, pais e professores da escola – além de moradores e representantes da comunidade da Rua Pedro Krauss Senior –, em sua maioria inconformados com a notícia do fim da escola.

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O principal questionamento da comunidade é em relação às vagas para os 200 alunos da instituição. Embora a prefeitura garanta que todos serão realocados em escolas nos arredores, pais questionam a distância que os alunos terão de percorrer. Além disso, levantam o debate sobre a importância da escola Tiradentes e sua conexão com a comunidade Pedro Krauss, de onde a unidade de ensino saiu em 2008 após a tragédia que condenou o prédio.

::: Dez dúvidas e respostas sobre o colégio militar em Blumenau

A secretária municipal de Educação, Patrícia Lueders, informou que todos os pais de alunos da Tiradentes terão que procurar a própria secretaria, na prefeitura, para fazer a rematrícula dos estudantes em uma nova escola – e não buscar diretamente a unidade de ensino. Com apoio da pasta, irão receber orientação sobre a escola mais perto de casa, com certa preferência para as unidades Júlia Strzalkowska, no Garcia, Pedro II, no Centro, e Vidal Ramos, no Vorstadt. O atendimento aos pais será feito em um mutirão da Secretaria de Educação entre os dias 6 e 10 de novembro, antes do início das matrículas novas na rede pública.

Atendimento semelhante será feito com os 31 professores e servidores da Tiradentes. Individualmente, os servidores concursados serão remanejados conforme a demanda nas escolas. Se a maioria dos estudantes da Tiradentes for transferida para a Júlia Strzalkowska, por exemplo, boa parte dos professores deve ir para lá também. A prefeitura garantiu, também, transporte gratuito aos estudantes.

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Com cartazes e faixas protestando contra o fim da escola, os pais e alunos pediram por novas opções. Um possível adiamento do início do Colégio Militar ou uma estrutura definitiva para a escola Tiradentes, algo que a escola não tem desde 2008. O atual imóvel pertence ao Estado e era usado antigamente pela escola Pedro II. Estado, município e a própria Polícia Militar, no entanto, garantiram que os planos para o colégio já estão definidos.

Terezinha da Silva estudou na Tiradentes quando criança, escola que também recebeu sua filha e hoje atende sua neta
Terezinha da Silva estudou na Tiradentes quando criança, escola que também recebeu sua filha e hoje atende sua neta (Foto: Patrick Rodrigues / Jornal de Santa Catarina)