O prefeito de Palhoça Camilo Martins anunciou na manhã desta quarta-feira que o contrato com a Paulotur está rompido. Os motoristas e cobradores da empresa estão em greve há 10 dias, deixando a população sem o serviço. A Paulotur tem a concessão de linhas para a parte Sul do munícipio, além das cidades de Paulo Lopes e Garopaba.

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– O decreto será publicado amanhã e iremos intimar todos os envolvidos. É uma decisão de caráter irrevogável, mas como é um serviço continuado eles vão continuar operando até que uma nova empresa assuma – disse o prefeito.

Motoristas da empresa Paulotur acatam decisão do TRT e ônibus voltam a circular

Segundo o prefeito, entre os motivos que levaram o rompimento estão a má qualidade na prestação do serviço, o não cumprimento de linhas obrigatórias, greve dos funcionários por culpa da própria empresa que não deposita o fundo de garantia, dívida de tributos municipais, não cumprimento de cláusulas contratuais, como a entrega mensal do relatório de atividades.

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Camilo afirma que a empresa foi ouvida várias vezes e notificada dos problemas, mas mesmo assim não tomou as medidas necessárias. Um nova empresa deve ser definida até o fim desta semana para operar em caráter temporário na cidade.

De acordo com Camilo, uma operadora de Curitiba, duas de Florianópolis e a Jotur, que já atende a cidade, mostraram interesse:

– Vamos exigir critérios de qualidade, ônibus mais novos, mais horários. Outros são que os passes da Paulotur possam ser utilizados por 30 dias e que a empresa nova absorva todos os funcionários da Paulotur – explicou.

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A previsão do prefeito é que seja lançado um processo de licitação nos próximos meses, contemplando a região metropolitana da Grande Florianópolis unindo Palhoça, São José, Biguaçu e Santo Amaro da Imperatriz. Ele afirma que a integração iria permitir ao morador de Palhoça se deslocar entre os munícipios pagando uma única tarifa.

Paulotur diz que vai buscar garantias na Justiça

O diretor da Paulotur, Juarez Nienkotter, disse que soube da informação pela imprensa, e até o início da tarde a empresa não havia sido notificada. No entanto, garantiu que vai buscar na justiça o cumprimento do contrato, que vence em 2016.

– Vamos tomar as medidas judiciais para manter o contrato. Não faz sentido a empresa ser punida por uma greve dos funcionários. Se terminar o contrato a empresa fecha as portas, e todos vão ficar sem emprego – disse Nienkotter.

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Sobre as acusações de não cumprimento de cláusulas do contrato, o diretor afirmou que os problemas nunca são apresentados claramente, e quando a empresa pede para especificarem melhor, é tudo muito vago:

– A questão da falta de horário, por exemplo. A gente pergunta quais horários faltam ônibus, e ninguém diz. Acredito que existem outros interesses por trás, não sei dizer quais.

Nienkotter afirmou que a empresa está fazendo esforços para convencer os funcionários a manter a frota mínima, e aguarda uma definição do Tribunal Regional do Trabalho sobre a greve, já que o que é pedido pelos sindicato dos trabalhadores é inviável para a Paulotur.

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